Cotidiano

Merkel promove acordo UE-Mercosul frente a protecionismo dos EUA

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BERLIM – A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que incluirá o comércio internacional na agenda da presidência do G-20 este ano, enquanto redobrava sua rejeição à postura protecionista adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Merkel, em declarações após reunião em Berlim com o presidente uruguaio Tabaré Vázquez, prometeu promover um acordo de livre comércio entre a União Europeia e países sul-americanos, dizendo que era o momento correto para dar nova vida às negociações estancadas com o Mercosul, o bloco econômico regional.

A chanceler afirmou que representantes da Organização Mundial do Comércio serão convidadas à cúpula do G-20 em Hamburgo, em julho, reunião na qual Donald Trump estará presente.

“Então poderemos ver mais claramente onde estão as prioridades do novo governo dos Estados Unidos”, afirmou Merkel a jornalistas, junto com Vázquez.

Como líder do terceiro maior exportador do mundo, Merkel está advogando cada vez mais pelo livre comércio e endurecendo sua postura contra o protecionismo. Merkel e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, se mostraram a favor de acordos comerciais mais estreitos em conversa telefônica no mês passado, indício de que estejam formando alianças mundiais para contrapor tendências nacionalistas.

BRASIL-ARGENTINA

Vázquez criticou mais abertamente os Estados Unidos, dizendo que estava “muito preocupado” com algumas das posições de Trump. Ele afirmou que confiava que “finalmente” será possível firmar um acordo comercial entre UE e Mercosul.

A perspectiva de pacto surge após a saída dos Estados Unidos do Acordo Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que inclui três países latino-americanos. O presidente do Brasil, Michel Temer, e o argentino Mauricio Macri, prometeram em reunião na terça-feira reduzir as barreiras comerciais e buscar a expansão de acordos comerciais do Mercosul com outros países, entre eles México e UE.

Ao mesmo tempo, o Mercosul – que conta com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, se divide por disputas internas pela política comercial desde sua fundação em 1991, e pouvo avançou na definição de acordos fora da região. As negociações com o bloco europeu começaram em 1999, mas não fluíram desde então.

Merkel afirmou que o respaldo do Uruguai e as mudanças políticas na Argentina dão novas esperanças de um acordo. Tanto o papel do Uruguai como partidário do livre comércio, como a “mudança de presidente na Argentina oferecem uma maior oportunidade para o Uruguai tomar a iniciativa em nome do Mercosul”, afirmou a chanceler.