Economia

Mercado digital: Caciopar une empresas do oeste para fortalecer as vendas regionais

Para sobreviver, foi preciso repensar o processo de compra e ampliar as possibilidades de oferta de produtos e serviços

Mercado digital: Caciopar une empresas do oeste para fortalecer as vendas regionais

Cascavel – A pandemia da covid-19 trouxe uma série de dificuldades para diversos setores, e o comércio foi um dos mais impactados, especialmente durante os períodos de quarentena, em que tiveram de fechar as portas. Para sobreviver, foi preciso repensar o processo de compra e ampliar as possibilidades de oferta de produtos e serviços.

Com esse objetivo, a Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresarias do Oeste) lança nesta sexta-feira (4) uma plataforma de marketplace (e-commerce mediado por uma empresa, em que vários lojistas se inscrevem e vendem seus produtos), que vai reunir empresas de toda a região. “Nós percebemos, principalmente no início da pandemia, quando houve lockdown, que as grandes plataformas de e-commerce do Brasil continuaram vendendo e que os hábitos dos consumidores mudaram muito. Hoje, grande parte dos consumidores faz as compras via internet e, baseada nessa nova tendência, a Caciopar e 13 associações comerciais do oeste do Paraná aderiram a uma plataforma de e-commerce regional. Nesse local, vamos divulgar os produtos das empresas locais e tentar fazer com que esse dinheiro, que antes era direcionado a essas grandes plataformas, fique aqui, na nossa região”, explica o presidente da Caciopar, Alci Rotta Júnior.

O marketplace vai se chamar Compras Oeste e foi criado com auxílio do Sebrae. Rotta Júnior afirma que já existem empresas cadastradas e outras devem iniciar o cadastramento nos próximos dias. “Já existem empresas com produtos cadastrados e, após o lançamento, essas associações vão oferecer a plataforma para as empresas das suas cidades e os consumidores de toda a região oeste podem entrar lá e comprar os produtos disponíveis, como se fosse um grande mercado on-line. É claro que temos ciência da dificuldade de concorrer com as plataformas nacionais, algumas delas com raio de atuação até fora do Pais, mas é um primeiro passo e a gente sabe que tudo aquilo que conseguir segurar aqui aumenta a chance de manter os empregos e as empresas em pé”.

Alci aponta ainda o desenvolvimento do projeto como “herança” boa da pandemia. “Essa foi uma das grandes ações que fizemos durante esta pandemia e, sem dúvida, ela só nasceu em função da pandemia, se não tivesse a pandemia, iríamos continuar comprando das grandes plataformas, e dificilmente nos iríamos nos atentar para esse movimento, que é muito forte. A gente sabe que mais de 50% da população compra alguma coisa pela internet”, complementa Rotta Júnior.

Oeste compra do oeste

Outra plataforma desenvolvida pelo Sebrae tem o objetivo de fomentar a aquisição de produtos e serviços regionais para o poder público. “Outro projeto que a pandemia fez com que fosse colocado em prática foi o Oeste Compra do Oeste. Essa ideia do Sebrae, que eu particularmente achava fantástica e que incentivava as compras públicas de empresas regionais, já existia e, com a pandemia, foi tirado do armário e teve uma repercussão muito positiva dentro da Caciopar. Todos os municípios entenderam que é muito melhor a gente divulgar as necessidades de compra dos municípios, e tentar atendê-las, do que todo esse volume de dinheiro ser canalizado para estados para fora do Paraná. Para se ter uma ideia, só Cascavel compra mais de R$ 200 milhões por ano e grande parte desse valor é comprada em empresas de outros estados. Na prática, o Sebrae vai catalogar as empresas, os serviços e os produtos que temos aqui, no oeste, e canalizar as licitações públicas para essas empresas”, ressalta Alci Rotta Júnior.