Cotidiano

Menino deficiente conhece Obama após ser expulso de comício de Trump

obama-menino.jpgKISSIMEE ? Aos 12 anos, mesmo sem idade para votar, JJ Holmes já se engajaria na campanha presidencial ? e encontraria dois dos protagonistas do processo democrático para firmar a sua posição. Portador de uma severa paralisia cerebral, que apenas o permite falar por meio da vocalização de um computador, JJ decidiu ir a um comício de Donald Trump em protesto ao que considerava a hostilidade do republicano aos deficientes físicos. Vaiado e escorraçado do evento, realizaria o sonho, no dia seguinte, de conhecer o presidente Barack Obama.

De acordo com a mãe, Alison Holmes, o menino pesquisou por meses, com o nariz no teclado, peças de ?Mary Poppins? e eventos de Trump próximos à sua casa, em Longwood, na Flórida. Ele implorava que a família o levasse para um comício do republicano em que pudesse deixar claro o desdém pelo candidato, criticado no ano passado por zombar de um repórter deficiente.

No sábado, Alison enfim viu a oportunidade: um evento em Tampa, a duas horas de carro, que exigiria da família acordar de madrugada, enfrentar longas filas e, provavelmente, hostilidades de apoiadores. Pronto para o combate, JJ programou com antecedência gritos de protesto em seu computador ? ?Derrubem Trump? e ?Trump zomba dos deficientes?. Uma vez dentro da arena, acionou as palavras de ordem.

? Trump riu de como seus partidários abafaram JJ. Então minhas filhas e eu começamos a cantar junto ? recorda Alison, segundo a qual os gritos da família unida despertaram a raiva da plateia e do candidato, que logo pediu a expulsão do grupo.

Alison já calculava o risco de ser expulso do comício, mas não imaginava que partidários empurrariam a cadeira de rodas do filho nem a acusariam de ?abuso infantil? por tê-lo levado supostamente à força ao protesto. Já do lado de fora, um repórter que cobria o evento de campanha ouviu que o menino sonhava em conhecer Barack Obama e telefonou para uma amiga, Valentina Pereda, da equipe de imprensa da candidata democrata.

A ideia era levar JJ o mais próximo possível do presidente no dia seguinte, em Kissimee, quando Obama discursaria em favor de Hillary ? quem sabe, renderia ao garoto um aperto de mãos. A equipe da Casa Branca, no entanto, procurou Valentina na arena.

? Naquele momento, a mãe de JJ conta ao filho que ele conheceria o presidente. O resto é indescritível… JJ pulou do assento e vibrou. Seu corpo foi tomado por luz, depois de, no dia anterior, ter quase sucumbido ao ódio ? lembra Valentina.

No encontro, JJ disse a Obama que o amava. O presidente agradeceu ? e fez questão de saber se o menino já tinha idade para votar em Hillary.