Cotidiano

Menina de 4 anos morre ao confundir bomba com brinquedo na Síria

201610040413279822_AFP.jpgALEPPO ? A crise humanitária na Síria coleciona horrores aos olhos das crianças ? mais uma delas, nesta terça-feira, morreu diante da guerra. Desta vez, porém, a pequena Eman, de 4 anos, foi atingida por um resquício de bombardeio em Aleppo. A menina se deparou com o que imaginou ser um brinquedo, uma bola prateada. Mas o objeto explodiu: tratava-se de uma bomba de fragmentação, um tipo de artefato que se divide em explosivos menores e que pode não estourar em um primeiro contato com o solo.

Mais de 100 países assinaram um tratado pelo banimento deste tipo de bomba, que cruzou o caminho de Eman enquanto ela caminhava para buscar água no reduto rebelde, segundo a família contou à rede ITV, que exibiu imagens da menina no hospital, com a face machucada, na segunda-feira. Ela não resistiria aos ferimentos nesta terça-feira.

No mesmo hospital, outra menina chorava de dor depois de um ataque aéreo ? sem nome, sem idade, sem parente acompanhante. De acordo com os médicos, a família da criança devem ter morrido durante o bombardeio. Foi a terceira vez em uma semana que a instituição serviria como alvo das forças do governo, apoiadas pela frota aérea russa. Segundo a Human Rights Watch, é a Rússia quem leva bombas de fragmentação ao conflito.

No ataque desta segunda-feira, pelo menos sete pessoas morreram durante a destruição do hospital M10, de acordo com ativistas da oposição.

Não há respeito às regras da guerra, disse um médico à ITV, não só pelos alvos inocentes, como também pelo ataque a centros de cuidado de doentes e feridos.

Com a instalação destruída, fontes locais informam haver cinco unidades de saúde restantes na região, que precisam cuidar de 300 mil civis, entre eles, 85 mil crianças.