Cotidiano

Meirelles vê interesse de investidores pelo Brasil

DAVOS – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já teve uma agenda intensa de reuniões durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Ele teve vários encontros bilaterais e conversou com os presidentes do UBS, Axel W. Weber, e do Lloyd´s, John Nelson. Segundo Meirelles, que participa do evento pela 10a vez, há otimismo do mercado internacional em relação ao Brasil. Ele destacou que os investidores prestaram uma atenção particular ao fato de o governo Michel Temer já ter conseguido em pouco tempo aprovar projetos importantes no Congresso como a proposta de emenda à Constituição (PEC) que fixa um teto para os gastos públicos.

Sobre a recessão de 2016, que segundo o ministro ficará em 3,5%, Meirelles afirmou em conversa com jornalistas que isso foi algo herdado em função de uma sequência de erros na condução da economia. Ele também comentou a decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de reduzir para 0,2% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2017.

? É uma recessão que herdamos, que foi construída nos últimos anos. O FMI deixou claro que a menor previsão é porque a queda de 2016 foi maior do que se esperava ? disse Meirelles, acrescentando:

? Mas no primeiro trimestre já vamos ver um crescimento. E esperamos que o último trimestre de 2017 apresente um crescimento de 2% em relação ao mesmo período em 2016.

O ministro disse que já percebeu em Davos uma forte demanda dos investidores em relação a informações sobre o Brasil:

? Esse é apenas o primeiro dia e já tivemos conversas importantes. Tivemos dificuldade de acomodar todos os pedidos na agenda. Há muito interesse em relação ao Brasil, um número enorme de pedidos que não teremos condições de atender porque o dia só tem 24 horas.

Meirelles classificou a recessão econômica como ?inaceitável? e ao ser perguntado sobre o que diria para um trabalhador que está desempregado hoje afirmou que o governo está trabalhando para reverter o cenário:

? É uma crise que herdamos. É uma recessão profunda, inaceitável e estamos fazendo tudo para que o Brasil volte a crescer. Foi uma recessão decorrente de uma série de erros macroeconômicos. O que tem que ser feito está sendo feito. Está terminando. (*) Enviada Especial