Cotidiano

Medo de ataques terroristas prejudica demanda da Eurostar

LONDRES — O medo de ataques terroristas tem prejudicado a demanda pelo serviço de trens de alta velocidade na Europa. A Eurostar teve 2,2 milhões de passageiros nos três primeiros meses deste ano — o que representa uma queda de 100 mil pessoas frente ao mesmo período de 2015. E, segundo a companhia, há muitos turistas que passaram a evitar até mesmo as viagens ao continente.

Em entrevista à rede BBC, o chefe-executivo da Eurostar, Nicolas Petrovic, afirmou que quem viaja hoje nos trens europeus está sempre em estado de alerta. A mudança veio, sobretudo, após os ataques de Bruxelas, que deixaram dezenas de mortos com explosões em um aeroporto e uma estação de metrô na capital belga.

— Pessoas que vêm da América do Norte e do Sudeste da Ásia, particularmente do Japão, tem medo de vir à Europa. Eles não entendem muito bem o que está acontecendo e preferem ir a outro lugar — explicou Petrovic ao canal britânico.

Embora o lucro da Eurostar tenha caído em 6% no último ano, a expectativa é que nos próximos meses o movimento comece a se aproximar dos níveis regulares. A experiência da companhia diz que é necessário cerca de um ano para que o trauma de ataques terroristas deixem de afetar a circulação de passageiros.

— Esperamos que no próximo ano os visitantes internacionais voltem — afirmou o diretor à BBC.

A Eurostar começa a ver uma ponta de esperança com o aumento da venda de bilhetes nas últimas semanas. Muitas pessoas compram passagens para a Eurocopa, campeonato de futebol na França. Espera-se que quase 500 mil passageiros viajem às cidades-sede dos jogos — que incluem Paris, Lyon e Marseille — ao longo do mês de junho.