Policial

Médico denunciado por violência durante parto já responde a processo por morte de bebê em MT

médico Jarbes Balieiro Damasceno, que foi denunciado por suposta violência obstétrica durante um parto realizado no último dia 29, no Hospital São Luís, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, já responde judicialmente a um processo criminal pela morte de um bebê nessa mesma unidade de saúde. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o obstetra foi aceita pela Primeira Vara Criminal daquele município em janeiro deste ano.

A direção do hospital informou que o médico está afastado das funções desde a semana passada.

O processo sobre o caso ocorrido em setembro de 2010 tramita desde 2011. O crime foi investigado pela polícia e o MP o denunciou, com base no resultado da investigação policial, por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

O bebê morreu após uma longa espera para o nascimento. Segundo a denúncia do MPE, houve negligência por parte do médico, que não deu a devida atenção à paciente que chegou à unidade já em trabalho de parto.

A mulher chegou ao hospital às 11h daquele dia para fazer o parte. Ela foi atendida pelo médico, que a encaminhou para a sala de espera. Às 16h20, a paciente foi encaminhada ao centro cirúrgico para o parto. Ao chegar no local, a enfermeira conferiu os batimentos cardíacos do bebê e identificou que a criança estava bem.

No entanto, o obstetra só chegou na sala de cirurgia às 17h30, quando já não era mais possível ouvir os batimentos cardíacos do bebê, que foi retirado por uma enfermeira, que é auxiliar do médico, por meio da manobra de pressão do fundo do útero para adiantar a saída da criança. O procedimento obstétrico é contraindicado pelo Ministério da Saúde.

Após o parto, as enfermeiras ainda tentaram reanimar o bebê até a chegada do pediatra, mas ele já tinha morrido.

Sob investigação

A Delegacia da Mulher de Cáceres já abriu inquérito para apurar a denúncia recente registrada pelo pai de um bebê que morreu cinco dias após o nascimento, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital São Luís. O homem alega que a mulher dele, a dona de casa Rosa Maria Martins Pires, de 27 anos, foi vítima de violência durante o parto. A paciente e outros membros da família já foram ouvidos pela polícia nesta terça-feira (6).

A polícia também solicitou exames de necropsia no bebê e de corpo de delito na mãe. O médico e outros funcionários do hospital ainda devem ser intimados a depor sobre o caso.

Consta no boletim de ocorrência que a paciente chegou ao hospital por volta de 9h do dia 29 de maio e só foi atendida às 21h. "Nesse horário, a cabeça do bebê já podia ser vista, mas o médico empurrou o bebê de volta para o ventre materno, pois uma enfermeira gritou que não era para sujar o local de sangue", diz trecho do documento.

Cerca de duas horas depois, a vítima foi encaminhada ao centro cirúrgico. A cunhada dela disse que Rosa Maria teve uma hemorragia interna, pois as enfermeiras começaram a pressionar a barriga para forçar o parto normal.