Cotidiano

MEC encaminha à PF seis casos de acesso indevido ao Sisu

INFOCHPDPICT000062540564-512.jpgRIO- O ministro da Educação, Mendonça Filho, pediu à Polícia Federal (PF) que investigue o suposto acesso indevido a dados pessoais de candidatos a vagas ofertadas via Sistema de Seleção Unificada (Sisu) por universidades e institutos federais públicos. A pasta foi informada oficialmente de seis casos de estudantes que relataram o problema. Dados como data, horário, local, operadora e IPs dos acessos relacionados a esses candidatos foram encaminhados pela pasta à PF ? que ainda não confirma o recebimento.

No ofício encaminhado nesta quarta-feira ao diretor-geral da PF, Mendonça afirma que o ?fato pode ter gerado prejuízo a esses candidatos no acesso a uma vaga na rede pública de ensino superior?. Ele voltou a afirmar que os sistemas do ministério e do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não registraram ?indícios de acesso indevido? que configurem incidente de segurança, conforme nota divulgada ontem.

No entanto, desde anteontem, surgem notícias na imprensa de hackeamento do sistema do Sisu, com alunos reclamando de terem suas opções de curso modificadas, o que levou Mendonça a pedir a ajuda da PF. ?Consideramos necessário proceder a uma investigação, para que se apure os fatos relatados, visando o esclarecimento à sociedade?, afirmou o ministro, no documento.

?ALGUÉM QUIS FAZER UMA MALDADE COMIGO?

A estudante paraibana Tereza Gayoso, de 23 anos, que obteve ?nota mil? na redação do Enem, está no grupo de candidatos que dizem ter tido seus dados alterados na página do Sisu e afirmou ao GLOBO que irá adiante com o processo de investigação.

Segundo o MEC, constam dos registros do Sisu acessos ao cadastro de Tereza nos dias 24 e 29 de janeiro, respectivamente, às 12h15m e às 22h12m. O sistema também apresenta três tentativas de acesso sem sucesso (no dia 24 de janeiro, sendo dois deles às 20h06m e o último às 20h07m). De acordo com a pasta, em nenhum momento a candidata se inscreveu em Medicina e a única opção assinalada foi a de Produção de Cachaça, no Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais.

? Eu não vejo mais o Sisu desde o comecinho das inscrições porque já sabia que minha média não daria para Medicina. Entrei no sistema para acompanhar as notas de corte e ver se a minha chegava perto, mas estavam muito altas, então eu tirei para não ter uma classificação muito baixa. ? contou Tereza. ? Eu estaria triste mas tranquila se fosse só não ter passado em Medicina, mas, agora que hackers pegaram meus dados e de meus familiares, estou indo para a Polícia Federal mostrar tudo isso. Essa confusão toda prejudicou minha imagem. Alguém quis fazer uma maldade comigo ? disse