Política

MDB adia decisão sobre majoritária

Curitiba – A convenção estadual do MDB, realizada ontem, acabou como se esperava: decisão sobre majoritária adiada. A executiva do MDB irá decidir até 4 de agosto sobre candidatura própria ou coligação com Osmar Dias (PDT).

Quem dominou o evento foi o presidente do partido, o senador Roberto Requião. Ele disse que a convenção era apenas um “esboço” de uma chapa de candidatos a deputado, confirmou que será candidato à reeleição como senador e que aposta em aliança do partido com o PDT para apoiar o candidato do PDT ao governo, Osmar Dias. "Nessa convenção, vamos discutir o esboço de uma chapa de candidatos a deputado e delegar para a executiva estadual o poder de decidir os caminhos do partido nas eleições nos próximos 14 dias. A executiva vai discutir as nossas propostas para o governo e a coligação como PDT de Osmar Dias", disse Requião logo que chegou ao evento. "Hoje a minha candidatura ao Senado é uma hipótese concreta. Eu prefiro continuar o trabalho que faço como senador", disse.

Na opinião de Requião, é preciso se discutir o segundo nome ao Senado, seja do PMDB ou da possível coligação. "Quando fui candidato ao Senado, Alvaro Dias lançou Afonso Camargo, mas nós elegemos Osmar Dias. Há uma tradição no Paraná de o líder eleger o parceiro", afirmou Requião. "O MDB é o único partido que não se envolveu com o governo de Beto Richa e isso é importante".

 

Osmar quer o MDB, mas do seu “jeito”

Enquanto participava da convenção nacional do seu partido, o PDT, em Brasília, que lançou Ciro Gomes como candidato a presidente, o ex-senador e candidato a governador Osmar Dias deu entrevista à Gazeta do Povo sobre as dificuldades que vem encontrando para construir uma aliança partidária ampla em torno do seu nome.

Como principal dificuldade, identificou seu próprio jeito de atuar como um fator importante: “Dizem que eu sou turrão. Mas se conversar com seriedade é ser turrão, então eu sou”, disse, em referência ao fato de que não negocia cargos para conseguir apoio de legendas.

Embora tenha admitido que continua conversando com vários partidos, questionado sobre se gostaria de ter o MDB como seu aliado, respondeu: “Quem não gostaria de ter a estrutura do MDB na campanha? Inúmeros prefeitos, deputados, militantes, um partido histórico. Agora, isso tem que passar por todo esse entendimento, que é normal. Eu não fecho aliança com facilidade mesmo. As pessoas dizem que eu sou sistemático, que eu sou turrão. Ora, se conversar com seriedade é ser turrão, então eu sou. E eu tenho a coragem de dizer para as pessoas com quem eu converso que eu não tenho nenhuma intenção de ter partido no meu palanque que queira, desde já, saber qual cargo vai ocupar no governo. Esse loteamento do estado é tudo que eu luto contra. Se eu fizer isso na formação da aliança, como ontem o PSDB fez nacionalmente, aquela velha política, aí eu vou desmentir tudo que eu estou falando. E eu não quero ser desmentido nem pelos meus adversários, nem pelos meus companheiros. Por isso bato nessa tecla, aliança tem que ser formada em cima de um projeto de governo”.

Já ao responder sobre aliança com o Podemos, partido pelo qual seu irmão, o senador Alvaro Dias, disputa a Presidência da República, Osmar afirmou: “Eu quero a aliança. Mas do meu jeito. Dias atrás eu vi uma crítica, de que com a ‘pureza do Osmar’ parece que estamos ‘fazendo política na Finlândia’. Mas, se não for deste jeito, eu prefiro ir para a casa.”