Cotidiano

Marta e Haddad escondem partidos em programa de estreia na TV

debate.jpgSÃO PAULO – Os candidatos a prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e Marta Suplicy (PMDB) esconderam seus partidos no programa de estreia no horário eleitoral gratuito desta sexta-feira. No caso do petista, a única referência ao PT foi uma estrela vermelha pequena no canto direito do vídeo sem a sigla do partido. Na apresentação de Marta, o PMDB só apareceu nas letras miúdas com a coligação da candidata.

A ausência das siglas no horário eleitoral é reflexo da crise política nacional, que tem como maiores protagonistas o PT e o PMDB. Enquanto o PT é associado à corrupção por causa da Lava-Jato, o PMDB é acusado de promover um golpe ao apoiar o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na última eleição municipal, quando o PT vivia um momento político mais favorável, Haddad explorou à exaustão a marca do PT. Marta não foi candidata em 2012.

O candidato do PSDB, João Doria, seguiu caminho oposto e citou ser candidato do PSDB logo a abertura do programa. Já Luiza Erundina (PSOL), com apenas 10 segundos de programa no horário eleitoral, apostou na irreverência para chamar a atenção do eleitor. Impedida de participar do primeiro debate entre candidatos esta semana na Rede Bandeirantes, a deputada levou ao ar uma montagem em que o ator John Travolta, do filme Pulp Fiction, é inserido numa cena do debate procurando Erundina. A marca do PSOL apareceu no encerramento do vídeo.

PADRINHOS POLÍTICOS AUSENTE

O ex-senadora Marina Silva (REDE) foi o único padrinho político de peso a pedir voto para seu candidato, o vereador Ricardo Young, na abertura do horário eleitoral.

Líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB) investiu na sua imagem de solucionador de problemas do consumidor e transferiu o discurso para o ambiente eleitoral, prometendo colocar para funcionar tudo que está errado na cidade.

Haddad se apresentou neste primeiro dia com o discurso de que fez muito por São Paulo, mas divulgou pouco. Marta repetiu o pedido de desculpas, feito também no programa no rádio pela manhã, pela criação de taxas quando prefeita. Doria apostou num tom biográfico e emotivo, tentando reduzir o índice de desconhecimento de sua candidatura e amenizar a imagem de elitista.