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Mario Bittencourt, candidato a presidente do Flu: ?Parreira será consultor?

Ex-vice-presidente de futebol e ex-advogado do Fluminense, Mario Bittencourt é candidato à presidência do clube. Propostas é tornar gestão moderna e levar time a títulos internacionais, como o da Libertadores, tendo Carlos Alberto Parreira como um dos principais nomes do futebol tricolor no planejamento estratégico. ELEIÇÕES NO FLUMINENSE 08-11

Qual o modelo de gestão que você propõe?

Vamos criar um grupo consultivo chamado G-7 para implementar a governança corporativa e o comitê de compliance (cuidar das questões éticas). Seria formado pelo presidente, pelo vice geral (Ricardo Tenório), por três vices do Conselho Diretor e dois consultores externos: um de gestão corporativa e um de futebol.

Já tem nomes escolhidos para os gestores?

O consultor de futebol vai ser o Parreira. Ele vai ajudar a planejar o futebol estrategicamente. O de gestão corporativa deve vir de dentro do grupo Base, que nos apoia. Vamos manter esse G-7 para fazer o planejamento estratégico com mais celeridade. Quero um Fluminense moderno.

Como seria a cadeia de comando do futebol?

Abaixo do Tenório e do Parreira, teríamos um diretor executivo, e queremos recriar o cargo do gerente de futebol, qualificado e preparado, mas que tenha sido profissional do meio. Alguém que tenha estado dentro de vestiário e conheça bem o ambiente. Como o Flamengo com o Mozer.

Esse modelo pretende levar o futebol até onde?

Vamos brigar pela hegemonia do Carioca, e nosso projeto é vencer a Libertadores. Agora com a criação do G-6 que pode virar G-7, vamos criar planejamento para disputar o torneio ano após ano, ser frequentador assíduo e poder conquistá-lo o mais breve possível. Pretendemos trazer de dois a três jogadores de peso, para qualificar o time.

O futebol terá um tratamento diferente em relação ao restante do clube?

Em todas as áreas, faremos a divisão do centro de receitas e custos. O clube vai deixar de ter caixa único e terá um caixa para cada setor. Assim, poderemos identificar as receitas e despesas. Hoje, há dificuldades em identificar quem fatura ou não. Não há um raio-X claro se dão lucro ou não.

E como ficam os olímpicos?

Temos de definir antes de qualquer coisa quais esportes vamos tratar como de rendimento, e quais de participação, pegando o modelo do time de vôlei. Queremos revitalizar o basquete, um time que possa disputar NBB. Já conversamos com o com o pessoal da Liga Ouro para inscrever o Flu no início do ano. Os investimentos serão feitos por meio das leis de incentivo.

Para o futebol, haverá receita para levar o projeto adiante?

Para fazermos tudo isso, vamos buscar um patrocínio master fixo, com valor condizente ao tamanho do clube, e aumento exponencial de receitas. Como os contratos televisivos já estão negociados, pelo que sabemos, temos de buscar recursos nas ações de marketing. Já tivemos contatos com duas empresas de material esportivo também.

O programa sócio torcedor entra nessas ações?

Vamos readequar o modelo atual inserindo um sistema de pontos e fidelização do torcedor. Hoje, só dá direito a ingressos dos jogos e a voto. Os de fora do Rio nem isso, e também queremos mudar e criar mecanismos para que todos votem. É um sistema que se retroalimenta. O torcedor usa, acumula pontos para usar ainda mais. É semelhante ao sócio avante do Palmeiras e do Benfica.

Por falar em jogos, onde o Fluminense jogará?

Vamos resguardar os nossos direitos no Maracanã e lutar pela construção do estádio próprio, mas sem abrir mão desses direitos. O projeto do estádio não é para agora, não vamos falar disso antes de acabar de construir o CT. Não admito que o Flu não participe e não atue em igualdade de condições com outros clubes no Maracanã. Nossa ideia é criar um modelo semelhantes ao do Inter e Milan, um dia Giuseppe Meazza; outro dia San Siro. Algo como, em dia de Flu, Nelson Rodrigues, e Fla, Mário Filho.

Quais os planos da base?

Xerém é outra prioridade. Vamos garantir que um percentual da venda de qualquer atleta do Fluminense seja diretamente investido na base, ou reinvestido. Vamos aumentar o investimento no setor de captação de talentos, melhorar a integração com o futsal do clube, e modernizarmos as instalações da base, equiparando com o CT. A base precisa ser trabalhada em duas vertentes: a manutenção e a venda de atletas.

Como ex-vice da atual gestão e advogado, como você avalia o governo Siemsen?

Os três primeiros anos de gestão foram bons, do ponto de vista financeiro. Os três últimos não tão bons, especialmente esse último. Teve aumentou das dívidas que vão ser deixadas ano que vem. Deixou a desejar na parte financeira e no futebol.