Cotidiano

Maria Filó retira produto das lojas, após críticas nas redes sociais

racista.jpgRIO ? Uma estampa da coleção Pindorama, lançada pela rede de moda feminina Maria Filó, gerou polêmica nas redes sociais e em lojas da marca pelo país ao retratar a escravidão no período colonial. O burburinho se alastrou a partir da publicação de uma consumidora no Facebook, que critica a escolha da grife. Autora do desabafo, a servidora pública Tâmara Isaac trabalha em uma ONG de Defesa do Consumidor e acusa a marca de praticar racismo.

?É uma estampa de escravas entre palmeiras. É uma escrava com um filho nas costas servindo uma branca? Perguntei à vendedora se aquela estampa tinha alguma razão de ser ou se era só uma estampa racista mesmo. Ela, me dirigindo à palavra pela primeira vez, não soube responder. Entrei no site da marca, com a esperança de que houvesse algum sentido naquilo, mas só encontrei uma marca que não satisfeita em representar somente mulheres brancas achou que esse Toile de Jouy de escravas seria de muito bom gosto?, diz a publicação. Tâmara afirma também ter sido mal tratada ao entrar na loja, uma unidade em Niterói, na região metropolitana no Rio de Janeiro: ?Entrei e ninguém me me cumprimentou ou falou qualquer coisa comigo, minutos depois, entrou uma mulher branca, prontamente recebida com um: “Boa tarde! Se precisar de algo é só falar”. Até aí, nenhuma novidade, só mais um dia normal na vida de um negro?.

No site da empresa, não há descrição sobre a estampa. A grife prestou esclarecimento por meio de sua página oficial no Facebook, após receber uma quantidade avassaladora de críticas.

?A estampa em questão buscou inspiração na obra de Debret. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender. Pedimos sinceras desculpas e informamos que já estamos tomando as devidas providências para que a estampa seja retirada das lojas?, afirma o comunicado.