Cotidiano

Maranhão remarca eleição na Câmara para CCJ votar recurso de Cunha

BRASÍLIA — Para não atrapalhar o andamento da sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que analisa recurso do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha contra a decisão do Conselho de Ética de cassar o mandato do peemedebista, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), garantiu a deputados que a ordem do dia no plenário só começará por volta das 19h desta quarta-feira, ainda que a sessão para debates comece às 16h. Depois da desistência de Beto Mansur, do PRB, Maria do Rosário (PT-RS) e Fausto Pinato (PP-SP) também desistiram da briga pela presidência da Câmara. No total, dos 17 que registraram oficialmente suas candidaturas, 14 ainda se mantêm na disputa. O novo prazo para retirada de candidaturas ao cargo é 18 horas.

Líderes que participam da CCJ e atuam em campo oposto ao de Eduardo Cunha, orientaram suas bancadas a não registrar presença na sessão plenária antes que termine a votação do relatório de Ronaldo Fonseca na Comissão. O relatório recomenda a anulação da votação do Conselho de Ética por entender que a forma como foi feita não está prevista no Regimento Interno da Câmara.

Aliados do ex-presidente da Câmara tentavam evitar que dez oradores falassem durante a sessão desta quarta para que adversários de Cunha não chegassem a pedir o encerramento da discussão. O pedido para encerramento da discussão só pode ser feito após dez deputados inscritos falarem. Mas, passadas cinco horas do início da reunião, o requerimento, de autoria de Alessandro Molon, chegou ao presidente da Comissão, Osmar Serraglio.

— Estamos aqui confinados numa ilha. Nem ibope isso aqui está dando. Peço que marque a hora que esta sessão vai acabar — pediu Carlos Marun (PMDB-MS), aliado de Cunha, a Serraglio.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) contou que articulou pessoalmente com Maranhão o adiamento da sessão que vai eleger o novo presidente da Câmara, marcada para começar a partir das 19h.

Segundo parlamentares próximos ao presidente interino, ele ainda não engoliu a fala de Cunha no dia da renúncia, quando ele disse que a Câmara estava “acéfala” e com uma “interinidade bizarra”. Maranhão ficou irritado com as declarações do peemedebista.