JOHANNESBURGO ? Membros do Congresso Nacional Africano (CNA) protestaram em frente ao seu centro administrativo nesta segunda-feira, exigindo que o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, renuncie ao cargo. A manifestação foi uma rara demonstração do conflito interno no partido após o seu pior resultado eleitoral desde o fim do Apartheid, em 1994.
Os manifestantes argumentavam que os escândalos envolvendo o governo Zuma causaram a redução da influência do CNA, que perdeu o controle de três dos maiores centros urbanos do país nas últimas eleições locais. A má gestão econômica, que ameaça mergulhar a África do Sul na recessão, também é motivo de revolta.
Embora a manifestação tenha reunido menos de cem pessoas em frente à Luthuli House, foi uma demonstração da tensão política que envolve o país mais industrializado da África. Com a recente investigação envolvendo o Ministro das Finanças, Pravin Gordhan, as ações foram abaladas.
Veteranos do Umkhonto we Sizwe (MK), dissidência militar do CNA, e militantes da Liga da Juventude foram freados por apoiadores de Zuma, e a polícia interveio para conter os grupos. Alguns carregavam cartazes pedindo a renúncia do governante, de outros cinco líderes do partido e de seu comitê nacional executivo. Os manifestantes redigiram uma lista de reclamações ao secretário-geral Gwede Mantashe.
? Houve um grande alarde na imprensa de que haveria uma grande ocupação na Luthuli House. Esse movimento não existe. É um pequeno grupo ? alegou Mantashe.
Críticos do presidente denunciam a sua relação com os Guptas, uma rica família indiana com interesses que vão da mídia à mineração, e que teria grande influência política sobre o líder, acusam os opositores.
