Cotidiano

Malala pede que Trump 'não vire as costas' a imigrantes

54917020_Cena do documentário %27Malala%27.jpg

RIO – A ativista adolescente paquistanesa Malala Yousafzai declarou, nesta sexta-feira, estar “com o coração partido” pela decisão do presidente americano, Donald Trump, de impedir a entrada de imigrantes e refugiados nos Estados Unidos. Malala pediu que Trump ajude os mais indefesos do planeta. Links Trump refugiados

“Estou com o coração partido porque hoje o presidente Trump está fechando as portas para crianças, mães e pais que fogem da violência e da guerra”, afirmou em nota a adolescente de 19 anos, que foi baleada por membros do Talibã na cabeça em 2012 por seu ativismo em defesa da educação de meninas em seu país.

“Neste tempo de incertezas e conflitos ao redor do mundo, peço ao presidente Trump que não vire as costas às famílias e às crianças mais indefesas do planeta”, reiterou Malala poucas horas depois da assinatura do decreto que suspendeu para os próximos meses a entrada de imigrantes no país.

Malala é a vencedora mais jovem da história do prêmio Nobel da Paz, o qual compartilhou com o indiano Kailash Satyarthi, também ativista pela educação, em 2014. Ela atualmente vivem em Birmingham, na Inglaterra, e viaja pelo mundo fazendo campanha pela educação de meninas e jovens.

Trump assinou nesta sexta-feira o decreto com título “Proteger a nação da entrada do terrorismo estrangeiro nos Estados Unidos”.

O conteúdo da medida ainda é desconhecido mas, segundo um texto preliminar vazado pela imprensa nesta semana, a decisão suspende todo o programa de refugiados do país por pelo menos 120 dias, enquanto novas regras para a concessão de vistos a estrangeiros ainda são reestruturadas.

A entrada de sírios, especificamente, também é proibida de maneira indefinida.

Além disso, não serão concedidos vistos, durante 30 dais, a viajantes ou imigrantes com origem em sete países de maioria muçulmana: Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

Malala disse estar especialmente preocupada pelas crianças refugiadas sírias, que sofreram seis anos de guerra e agora são discriminados. Ela também relembrou o comunicado de sua amiga Zaynab, que fugiu de guerras na Somália, no Iêmen e no Egito antes que fazer 17 anos, e que há dois recebeu um visto de refugiada nos Estados Unidos.

Hoje, Zaynab estuda para se tornar uma advogada de direitos humanos. Mas sua irmã pequena ficou no Egito, e a esperança de que elas se reencontrem diminui, lamentou Malala.