Agronegócio

Mais saúde animal

A recuperação da economia e o consequente aumento do consumo de proteína animal devem fazer com que a indústria de produtos de saúde animal cresça de 7% a 8% em 2018. O setor movimentou R$ 5 bilhões em 2017, segundo o Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal).

“Quando há uma melhora da economia, imediatamente há um aumento do consumo de proteína”, afirma o vice-presidente executivo do Sindan, Emílio Salani.

Caso a perspectiva se confirme, o setor movimentará R$ 5,4 bilhões neste ano. “Não é um crescimento de dois dígitos, mas pode ser uma injeção de ânimo para o setor”, avalia o dirigente. Somente a área de aves, bovinos e suínos de produção de uma única companhia faturou R$ 397,7 milhões, alta de 10,6%.

Ainda assim, Salani espera que o resultado consolidado de 2017 no setor repita os R$ 5 bilhões de 2016.

Aftosa

No ano que vem, o setor terá pela frente o começo do processo de retirada da vacinação contra a doença no Brasil. A obrigatoriedade da aplicação das doses tem sido um alicerce importante para o segmento.

“O Sindan entende que este não é o momento adequado para esse movimento. Seria mais prudente dar início a esse processo em 2021 e não em 2019, como o governo pretende”, afirma Salani.

Ele argumenta que o benefício da retirada da vacina é pequeno perto do risco de novos focos da doença. Se o governo seguir o cronograma previsto, os primeiros estados a suspender a vacinação serão Rondônia e Acre. Salani calcula que, juntos, os estados demandem 24 milhões de doses, de um total de 330 milhões. “É um impacto pequeno e localizado”, diz.

O Brasil tem um rebanho de 220 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos. Ele espera um impacto mais significativo para o mercado quando a suspensão alcançar estados do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste do País, o que deve ocorrer até 2021. “Quando chegarmos nesse ponto, será preciso interromper a produção”, afirma.

Dois desses estados, Rio Grande do Sul e Paraná, já solicitaram ao Mapa a antecipação desse prazo para que possam acompanhar Santa Catarina, que é o único livre de febre aftosa sem vacinação, para que consigam acessar mercados que exigem esse status para exportação, como Japão, por exemplo.