Cotidiano

Mais pessoas precisam doar cérebro para pesquisa, clamam cientistas

35484956_One hemisphere of a healthy brain L is pictured next to one hemisphere of a brain of a.jpg

RIO ? Cientistas de vários centros mundo afora estão pedindo que mais pessoas autorizem a doação de seus cérebro após a morte para pesquisas. Eles dizem que adquiriram, no últimos anos, grande conhecimento científico, mas não conseguem avançar mais porque não têm tecidos cerebrais suficientes para estudar. Estão especialmente em falta cérebros de pessoas que sofreram de depressão, transtorno de estresse pós-traumático e dos males de Alzheimer e Parkinson.

links cérebroUm dos maiores bancos de cérebro do mundo, o Centro de Tecido Cerebral de Harvard no Hospital McLean, nos arredores de Boston, EUA, tem em torno de 3 mil cérebros armazenados hoje, o que não é suficiente para abastecer muitos centros de pesquisa em outros lugares. O objetivo desses estudos é desenvolver novos tratamentos para distúrbios mentais e neurológicos.

De acordo com o Kerry Ressler, diretor científico do Hospital McLean, novos tratamentos para muitas doenças mentais e neurológicas estão ao alcance da comunidade científica. No entanto, ele diz que é a falta de tecido cerebral que está impedindo isso.

? Nós temos as ferramentas e a habilidade de entender profundamente a biologia do cérebro humano agora. Só nos falta os tecidos daqueles com os distúrbios que precisamos realmente compreender ? afirmou ele à “BBC News”.

As amostras são solicitadas pelos cientistas para encontrar novos tratamentos para Parkinson, Alzheimer e toda uma série de transtornos psiquiátricos.

Há uma escassez de cérebro de pessoas com distúrbios que são incorretamente visto como psicológicos ? e não de origem neurológica. Estes incluem problemas como depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

? Se as pessoas pensam que não há mudanças no cérebro de alguém que sofre de depressão ou transtorno de estresse pós-traumático, então não há razão para eles doarem seu cérebro para a pesquisa porque eles pensam que não há nada lá para encontrar ? destacou Sabina Berretta, diretora científica do centro de Harvard. ? Esta concepção é radicalmente errado do ponto de vista biológico.

Em visita ao Hospital McLean, uma doadora que se identificou apenas como Caroline disse à “BBC News” que decidiu doar seu cérebro para pesquisa médica em parte porque sua irmã tem esquizofrenia. Caroline espera que sua doação ajude pesquisadores a encontrar uma cura para essa doença.

? Meus pais tinham boa saúde, mas por que minha irmã desenvolveu esquizofrenia? Não sabemos de onde essa doença veio. Como vamos descobrir se não fazemos pesquisas sobre o cérebro, que é onde está o problema?