Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o ano começou bem aos cascavelenses. Ao todo, 568 vagas formais foram abertas em janeiro deste ano, o melhor saldo para o mês desde 2014, período em que o Município criou 889 postos de trabalho.
Quem alavancou as contratações foi a indústria da transformação. O setor foi responsável pela geração de 268 novas admissões em janeiro. Conforme o economista da Fiep (Federação da Indústria do Estado do Paraná), Roberto Zurcher, este avanço significa a reversão da crise que afetou o segmento, o início de uma recuperação lenta, mas que aos poucos dá sinais positivos.
“O último ano bom para a indústria, principalmente no Paraná, havia sido em 2013, quando o setor vinha crescendo. O Brasil como um todo passou um período bom, nosso Estado com boas safras. Porém, o modelo de economia aplicado estrangulou [o País], a forma utilizada era o incentivo ao consumo e em sua contrapartida, à produção. Só que ao invés de o consumidor comprar produtos nacionais, preferia os importados. Foi neste momento que houve a crise e a indústria acabou sendo a mais afetada, já que não vinha acompanhando o crescimento no mesmo nível que os outros setores”, explica. Zurcher lembra ainda que a economia, embora apresente recuperação na busca por mão de obra, ainda está em seus primeiros passos para conquistar o mesmo patamar de 2013.
Cascavel, com exceção das indústrias de celulose e de metal que fecharam postos de trabalho em janeiro, a têxtil foi a que mais contratou, assim como ocorreu em outros municípios da região Oeste. “O setor de vestuário é intensivo em mão de obra, e qualquer reação [da economia] se reflete nisso”, diz o economista. As indústrias alimentícia, farmacêutico e de carrocerias e automóveis também apresentaram bons resultados em contratações. Vale destacar ainda que apesar do crescimento tímido nas admissões, a indústria moveleira também segue no mesmo caminho.
Mais em abril
As contratações na indústria da transformação devem continuar. Segundo Zurcher, a partir de abril o setor entra em seu período de maior atividade, que segue até o mês de outubro. “Este é um efeito sazonal, onde ocorre um maior volume de contratações, que já é tradicional”, comenta.
Serviços e construção civil
Setores que também contrataram em Cascavel foram o de serviços, que abriu 217 novas vagas em janeiro, seguido da construção civil (103), o comércio (29) e a extrativa mineral (1). Em contrapartida, demitiram mais trabalhadores do que contrataram a agropecuária, que fechou 39 postos formais de trabalho, os serviços industriais de utilidade pública (-8) e a administração pública (-3).
Em todo o Paraná, 11.637 vagas formais de trabalho foram criadas, 5.474 delas na indústria da transformação.
