Opinião

Mais 2 bilhões de pessoas

Por Carla Hachmann

O mundo ganhará 2 bilhões de pessoas nos próximos 30 anos, devendo chegar a 9,7 bilhões em 2050 e a quase 11 bilhões em 2100. Apenas no século 22 é que a população deve se estabilizar. Pelo menos isso é o que prevê o relatório World Population Prospects (prospecções da população mundial), divulgado ontem pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Metade desse povo todo se concentrará em apenas nove países, a maioria pobres ou em desenvolvimento: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Indonésia, Egito e EUA.

Enquanto a África Subsaariana deve dobrar sua população nos próximos 30 anos, a Europa e a América do Norte terão aumento de apenas 2%. O crescimento previsto nesse mesmo período para a América Latina e o Caribe é de 18%.

O Brasil caiu de quinto para sexto país mais populoso do mundo desde o fim da Segunda Guerra, ultrapassado pelo Paquistão em 2017.

Até 2100, o Brasil será ultrapassado ainda por Nigéria, Etiópia, República Democrática do Congo, Tanzânia, Egito e Angola, ficando em 12º lugar.

Essas previsões levam em conta vários fatores, inclusive a taxa de fecundidade. Contudo, de antemão, é possível imaginar como esse contingente todo vai viver onde hoje muitos já morrem de fome e doenças ligadas à falta de condições sanitárias.

De maneira fria e cruel, há de se prever que muitos terão uma vida extremamente sofrida e uma morte lenta e dolorosa. Claro que um milagre ainda pode acontecer. Mas há julgar pelos últimos séculos, o futuro se mostra preocupante.