Cotidiano

Maioria no Paraná: Mulheres têm dificuldade em conciliar trabalho e filhos

Conciliar carreira profissional e maternidade é um desafio para grande parte do público feminino, como mostra Estudo do Portal Trocando Fraldas, realizado com 11 mil mulheres de todo o País. A maioria das entrevistadas, ou seja, 56% consideram difícil obter sucesso profissional quando se tem filhos.

Na região Sul, o estado em que as mulheres consideram mais improvável o sucesso profissional ao se tornar mães é o Paraná, com índice de 59%. Nos outros (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), o percentual é de 53%.

Formada em publicidade e propaganda, Sarita Bonomo mudou o ramo de atividade e investiu na própria empresa de doces finos para festas em Cascavel. Ela já era mãe de um filho, que hoje tem nove anos, quando foi surpreendida com a gravidez de gêmeas e há cinco anos mudou a rotina para se dedicar exclusivamente ao papel maternal.

“Depois que elas completaram um ano, pensei em voltar a trabalhar, porém teria que terceirizar o cuidado de meus filhos, seja para uma babá ou escola. Decidi então cuidar deles. A gente projeta tanto uma família e por isso acredito que essa foi a melhor escolha”, comenta Sarita.

A jornalista Mirian Oliveira exerceu a profissão desde a gravidez até o filho completar quatro anos. A rotina intensa de trabalho e a necessidade de cuidados com o menino fez com que ela deixasse o emprego recentemente.

“Por ele ter autismo, decidi deixar por um tempo a profissão”, comenta ela, que hoje é responsável por levar o filho de manhã no ensino regular, à tarde na Apae e nas terapias. Apesar disso, Mirian planeja futuramente voltar a exercer a profissão. “Assim que ele apresentar melhora significativa, penso em voltar a trabalhar com algo relacionado à assessoria de imprensa e empresarial”, afirma.

A pesquisa também avalia o medo das profissionais em ser mau vistas pelos chefes ao comunicarem a gravidez e isso ocorre com maior intensidade nos estados do Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Uma a cada seis entrevistadas no País, conforme a pesquisa, sentiram-se ameaçadas em perder o emprego quando comunicaram sobre a gravidez e três a cada sete brasileiras têm ou tiveram medo de perder o emprego por estarem grávidas.

Apesar do direito à estabilidade, em que a partir da descoberta da gestação a mulher não pode ser demitida, e a estabilidade garantida desde o início da gravidez, até 120 dias, ainda existe o receio após o retorno da licença maternidade.

Vagas para filhos

Conforme a pesquisa, 4 em cada 9 casais têm que recorrer aos avôs ou outros parentes para os cuidados com os filhos após o período de licença-maternidade. A chance para que o pai fique com a criança, no caso de algum problema de saúde, é nove meses menor.

Em todas as regiões, as mulheres têm dificuldade para segurar uma vaga em creche. No Centro-Oeste é mais complicado e no Nordeste mais fácil de obter. Em todos os estados do Sul, São Paulo e no Rio de Janeiro, as mulheres sentem mais dificuldade do que na média nacional. Em Alagoas, Goiás e no Piauí é consideravelmente mais difícil arrumar uma creche no interior do que na capital.

Vitória, Brasília e Porto Alegre são as capitais mais difíceis para encontrar uma vaga, enquanto em Aracajú e Porto Velho o aperto o menor.

Ranking da dificuldade de conciliar filhos e carreira nas capitais

1 – Brasília

2 – Rio de Janeiro

3 – Goiânia

4 – Porto Velho

5 – João Passo

6 – Fortaleza

7 – São Paulo

8 – Cuiabá

9 – Natal

10 – Campo Grande

11 – Belém

12 – Porto Alegre

13 – Recife

14 – Macapá

15 – Curitiba

16 – Maceió

17 – Teresina

18 – Belo Horizonte

19 – São Luiz

20 – Florianópolis

21 – Vitória

22 – Aracaju

23 – Boa Vista

24 – Salvador

25 – Manaus

26 – Rio Branco

27 – Palmas