Cotidiano

Maia nega que Câmara queira retirar poderes do TSE e reclama de ?fixação? com Lava-Jato

BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Câmara não deseja retirar poderes de fiscalização da Justiça Eleitoral. Ele disse que a intenção ao aprovar a urgência de projeto que trata do tema é apenas derrubar resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que restringiu o tempo de duração de comissões provisórias dos diretórios regionais de partidos e que a parte relativa à retirada de poder da Justiça Eleitoral não será aprovada. Maia criticou a imprensa e reclamou que há uma ?fixação? de relacionar medidas tomadas com a Lava-Jato.

A Câmara aprovou na noite de ontem, por 314 votos a 17, o regime de urgência para o projeto. Durante a votação, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) questionou a aprovação justamente porque a proposta, na prática, protege os partidos políticos de sanções previstas na Lei dos Partidos Políticos. Um dos pontos mais flagrantes do projeto é a possibilidade de que as legendas preservem o registro partidário mesmo tendo as contas anuais rejeitadas ou não apresentadas à Justiça Eleitoral. Maia, na ocasião, limitou-se a chamar os demais parlamentares para votar. Na manhã desta quarta-feira, reclamou que a imprensa criou ?espuma? sobre o tema.

? Acho que a imprensa divulga de forma equivocada e com pouca apuração sobre qual era o objetivo da aprovação da urgência do projeto de ontem. No plenário foi dito e eu disse isso a alguns deputados e se tivesse sido procurado teria deixado claro, que só tinha um objetivo, que é a parte que trata dos diretórios provisórios, já que o TSE, por resolução, legislou. Essa é uma parte dentro do projeto que foi aprovada a urgência e é a única que nós queremos tratar. Não haverá e nunca houve intenção do parlamento de votar a parte que foi polemizada ? afirmou.

? Não precisaria dessa espuma toda se tivesse conversado comigo e com os demais líderes ? complementou.

Maia afirmou que não há relatório sobre o projeto e que ele será debatido com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. O presidente da Câmara se irritou quando foi questionado se o projeto, da forma como está hoje, não traria benefício aos partidos envolvidos na Operação Lava-Jato.

? Me desculpa, essa pergunta é absurda e não faz nenhum sentido. Essa fixação que a imprensa tem com a Lava-Jato não está na votação dessa matéria na Câmara dos Deputados ? afirmou Maia, encerrando a entrevista.