Cotidiano

Maia indica peemedebista para comandar comunicação da Câmara

BRASÍLIA ? O deputado peemedebista José Priante (PA) será o próximo secretário de Comunicação da Câmara. Ele assume a vaga por indicação do novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O cargo era ocupado, na gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo deputado Cleber Verde (PRB-MA). Com a mudança, Maia contempla parte do PMDB que o apoiou e que ficou fora da Mesa Diretora com a renúncia de Cunha à presidência. Antes da era Cunha, a Comunicação da Câmara – formada por quatro veículos- sempre foi comandada por funcionários concursados da Câmara. Cunha aprovou a criação deste cargo e o de Secretário de Relações Institucionais.

Priante assume um cargo que gerou polêmica na gestão de Cunha, quando ocorreu interferência de parlamentares na grade de programação e alguns programas foram extintos. O peemedebista afirmou ao GLOBO que uma de suas prioridades será valorizar o trabalho do deputado, que, para ele, é alvo de visão distorcida da sociedade. A Secom tem um orçamento de R$ 30 milhões e 17 cargos de confiança a seu dispor.

– O Poder Legislativo tem um visão distorcida na opinião pública. O papel dos veículos de comunicação da Casa, e da secretaria, é colocar isso nos eixos. Esse processo de comunicação pode gerar uma melhor percepção, os pontos positivos do Legislativo. Mostrar a dinâmica das atividades, que são diversas. Não se restringir apenas às decisões do plenário. É preciso fazer a sociedade entender a funcionalidade do poder. Existem muitos projetos importantes que tramitam nas comissões (temáticas), e que são terminativos e que sequer vão a plenário – disse Priante.

A condução da comunicação na gestão Cunha foi criticada por partidos que faziam oposição ao peemedebista. Por mais de uma vez, parlamentares opositores de Cunha foram vetados nos veículos da Casa e uma sessão solene em homenagem ao PSOL foi ignorada e não foi transmitida ao vivo pela TV Câmara. É um tipo de evento que sempre é transmitido ao vivo. Após as críticas do partido, a TV retransmitiu a sessão num sábado à tarde. Priante diz que não haverá censura a quem quer que seja.

– Isso deve ser evitado com toda força. O Poder Legislativo é um poder fracionado pelas forças políticas, através do voto popular. Todo mundo tem que ter espaço, com equilíbrio – disse o parlamentar.

Ele disse que prestigiará os profissionais de comunicação concursados e que assumirão cargos de comando nos veículos da Câmara. Priante é primo do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

A indicação de um parlamentar para o cargo de Secretário de Comunicação Social foi criticada por vários partidos e deputados no dia da votação. Mas, como apoio do centrão e de partidos da oposição, como o PSDB, a proposta foi aprovada. O líder tucano à época, deputado Carlos Sampaio (SP), declarou que a comunicação teria um conselho editoral para garantir o norte da cobertura dos quatro veículos de comunicação, que não foi criado até hoje.

Eduardo Cunha justificou que seriam cargos de assessoramento do presidente em atividades administrativas, porque o presidente não teria tempo para se dedicar às funções. A criação dos cargos permitiu a Cunha acomodar deputados aliados que o ajudaram na eleição e os deputados escolhidos, ganharam o poder de indicar um funcionário não concursado para assessorá-lo No caso da Comunicação, Cunha defendeu na campanha que iria fazer com que a TV Câmara cobrisse unicamente atividades parlamentares. Para vaga indicou Cleber Verde, contemplando o evangélico PRB, que o apoiou.

Durante a campanha para se eleger presidente, Cunha sustentou que a TV não podia competir com outros televisões comerciais. Além do cargo, Cunha acabou concordando com a criação de um conselho consultivo de políticas de Comunicação da Casa,