Cotidiano

Maia diz que é legítima defesa para cassação de Cunha após impeachment

BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que é legítimo a base aliada do presidente Michel temer defender que a votação do processo de cassação do deputado afastado e ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) só seja votado após o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Maia, no entanto, ainda faz mistério sobre a definição da data em que a sessão será realizada, mas reafirma que acontecerá antes das eleições municipais deste ano. Segundo ele, se for antes das eleições, mesmo que seja em setembro, o quórum será alcançado

? Tudo é legítimo. A oposição quer votar amanhã, como exemplo, a base do governo depois do impeachment. Do ponto de vista político tudo é legítimo. Não tem nada sendo postergado. Do meu ponto de vista o que é importante: respeitando a média histórica dos processos de cassação nesta Casa, respeitando a opinião dos líderes, vou tomar uma decisão durante o dia de hoje. Não haverá nenhuma decisão que saia da curva histórica ? disse Maia.

Para Maia, mesmo que a data seja marcada em setembro, em pleno auge da campanha municipal, haverá quórum:

? Em setembro, por conta da eleição, eu garanto que terá mais quórum do que depois da eleição. Por que antes da eleição deputados vão para as urnas tendo que responder como votaram o processo de cassação. Acho que votar antes da eleição municipal é fundamental e eu duvido que este plenário, independente da data, ele (deputado) não estará presente para votar a cassação de Cunha.

O presidente da Câmara disse que não se incomoda com as cobranças enfáticas de deputados da nova oposição em plenário, que pedem que ele marque a data e destacam que Rodrigo Maia era aliado e amigo de Cunha. Segundo ele, as cobranças são democráticas:

? Todos têm o direito de colocar seu ponto de vista e pressionar a presidência da Câmara para que ela tome a decisão que interessa a eles. Não sei se interessa ao coletivo da Casa. Vou seguir a média histórica. Não foi sair fora da média para estar beneficiando ou prejudicando.

Segundo ele, a média histórica são quatro ou cinco semanas depois que o processo chega à presidência da Casa para a votação final. O presidente afirmou que irá informar na tarde de hoje em que dia o processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha irá a voto.