Cotidiano

Maduro pede a Obama para revogar decreto contra a Venezuela

CARACAS – O presidente venezuelano Nicolás Maduro pediu ao chefe de estado dos EUA Barack Obama que, antes de entregar o comando da Casa Branca a Donald Trump, revogue um decreto que classifica o governo de Caracas como “ameaça”. Venezuela – 14.11

Maduro disse ter enviado três cartas a Obama, mas lamentou que nenhuma delas tenha sido respondida. A Venezuela foi declarada como ameaça em 2015 devido à perseguição de opositores e violações de direitos humanos, segundo a justificativa dada por Obama.

– Torço para que Barack Obama se corrija antes do fim de seu governo e revogue o decreto que considera a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária à segurança dos EUA. Senhor Obama, você pode ganhar o respeito e a confiança da Venezuela – concluiu Maduro, dirigindo-se diretamente ao presidente americano.

A oposição a Maduro, no entanto, não parece disposta a tomar uma posição muito amigável com o presidente. Jesús Torrealba, secretário-executivo da Mesa de Unidade Democrática (MUD) – coalização opositora a Maduro -, declarou nesta segunda-feira que a trégua política com o Palácio Miraflores está encerrada.

– Acabou-se a trégua que o Vaticano pediu – declarou Torrealba à “Globovisión”.

A trégua havia começado no fim de outubro após um pedido do Vaticano, que faz a mediação das rodadas de negociação entre Maduro e opositores. No domingo, data do último encontro, Maduro descartou a possibilidade de discutir um referendo revogatório de seu mandato, principal solicitação da MUD.

No domingo, Maduro determinou ainda a prorrogação, por mais 60 dias, do estado de exceção e emergência econômica, em vigor desde janeiro de 2015. Maduro acusa o empresariado de criar uma “guerra econômica” para fomentar a insatisfação popular.

Embora seja irredutível em relação ao referendo, o governo venezuelano cedeu a um pedido dos opositores na reunião do último domingo e aceitou a suspensão da sentença de desacato da Assembleia Nacional (AN) imposta pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que, na prática, anulava qualquer projeto decidido pelo Legislativo venezuelano. Houve ainda um acordo para a libertação de presos políticos, embora não tenha sido divulgado um prazo.