Cotidiano

Macri enfrenta panelaços contra aumento de até 1.000% em tarifas

BUENOS AIRES – O presidente argentino, Mauricio Macri, enfrentou na noite desta quinta-feira os primeiros panelaços contra seu governo. Em vários bairros de Buenos Aires e, também, em outras cidades do interior da Argentina, centenas de pessoas saíram às ruas para protestar pelo tarifaço nas contas de luz, água e gás, que implicou, em alguns casos, aumentos de até 1.000%.

A Casa Rosada insiste em defender a medida, argumentando que os subsídios aplicados pelos governos kirchneristas eram insustentáveis. No ano passado, economistas locais estimam que o governo da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) destinou cerca de US$ 30 bilhões a subsídios. Para Macri e sua equipe econômica, é necessário provocar uma mudança de hábitos no país e ensinar aos argentinos como consumir menos, principalmente, energia.

Esta semana, o chefe de Estado chegou a pedir à população que não esteja “descalça e de camiseta” dentro de casa, declaração que aumentou o clima de mau humor social e levou até mesmo celebridades a criticarem Macri nos programas de maior audiência da TV argentina.

Nos panelaços desta quinta, manifestantes pediram a renúncia do ministro da Energia, Juan José Aranguren, considerado pela população como o principal responsável por um tarifaço que, em média, significou reajustes entre 100% e 400%. O governo admitiu ter cometido erros na forma de calcular os aumentos e prometeu fazer correções e compensar os usuários prejudicados.

? O governo erra porque faz ? declarou o ministro da Fazenda, Alfonso Prat Gay.

Mas as explicações do Executivo argentino não conseguiram impedir que Macri seja alvo do primeiro panelaço contra sua gestão, sete meses após ter assumido o poder. No próximo mês de agosto, o presidente poderia enfrentar, ainda, a primeira greve geral convocada pelos principais sindicatos argentinos.