Cotidiano

Machado tem até dia 4 de julho para entregar provas contra Temer

BRASÍLIA – O delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, deve entregar provas sobre o que delatou – o que inclui o suposto encontro com o presidente interino Michel Temer na Base Aérea de Brasília – até o próximo dia 4. Este é o prazo dado pela Procuradoria Geral da República (PGR) para Machado, segundo interpretação da defesa dele.

A cláusula 4ª da colaboração premiada prevê que estão incluídos no acordo todos os crimes “declinados nos depoimentos a serem por ele prestados no prazo de 60 dias”. O acordo foi assinado em 4 de maio e, assim, o prazo terminaria em 4 de julho.

Advogados ainda se encontrarão com Machado, que está em prisão domiciliar em Fortaleza, para discutir quais elementos serão acrescentados à PGR. As tratativas, segundo a defesa, vão incluir as citações a Temer.

Conforme a delação, o então vice-presidente da República se reuniu com Machado na Base Aérea, em setembro de 2012, para pedir dinheiro para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB. O ex-presidente da Transpetro disse que providenciou R$ 1,5 milhão com a Queiroz Galvão e classificou o dinheiro como “propina”.

Registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a empreiteira citada fez uma transferência eletrônica de R$ 1,5 milhão à direção nacional do PMDB em 28 de setembro de 2012. No mesmo dia, o diretório transferiu R$ 1 milhão – também por via eletrônica – para a campanha de Chalita, segundo os registros do TSE. Foi o último repasse do diretório para Chalita naquela campanha. Ao todo, as transferências do PMDB nacional ao candidato somaram R$ 9,8 milhões.

O presidente interino fez um pronunciamento negando a acusação, classificada por ele de “leviana”. Machado divulgou nota rebatendo Temer e reafirmando o que delatou.

A Aeronáutica diz que não tem mais os registros de entrada e saída na Base Aérea em 2012. Segundo a instituição, somente os dados dos últimos dois anos são guardados.