Cotidiano

Maceió e o litoral de Alagoas oferecem belas praias e tradições culturais

Abre.jpgMACEIÓ – Com praias urbanas de piscinas naturais de águas cristalinas, é impossível não se emocionar com os tons do mar, entre verde-esmeralda e azul-turquesa de Maceió, uma das mais belas cidades do Nordeste brasileiro. A cor da água muda dependendo da maré e da posição do sol, num verdadeiro espetáculo da natureza. Mas nem só de mar vive a capital de Alagoas: sua gastronomia oferece uma mistura de sabores e a vida noturna é cada vez mais intensa.

Descubra as belezas de terra e mar da capital mais procurada do Nordeste

O melhor período para visitar Maceió é agora, com o tempo firme, até março. De maio a junho, chove mais, mas não se preocupe, o mar é bonito o ano inteiro. As praias não desapontam os visitantes, com suas manchas verdes, formadas ora por coqueirais, ora por fazendas de cana-de-açúcar, que se alternam na areia dourada em contraste ao azul intenso do mar. Em muitos lugares a natureza é selvagem, e não faltam opções de ecoturismo, turismo de aventura e histórico.

No estado, Maceió, Paripueira, Barra de Santo Antônio, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga e Maragogi fazem parte da APA Costa dos Corais, fundada em 1997 e que se estende do litoral norte alagoano ao sul de Pernambuco. É a maior unidade de conservação federal marinha do Brasil, com pouco mais de 400 mil hectares e 130km de corais endêmicos que só existem aqui e na Grande Barreira de Corais da Austrália.

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Pela região, o litoral é emoldurado por coqueirais de origem africana, de Guiné e Cabo Verde, que chegaram à Bahia por naus e caravelas, e logo se espalharam por toda a costa brasileira. De fato, o passeio por Alagoas também leva a uma viagem pela História brasileira. Berço de figuras como o primeiro presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, do escritor Graciliano Ramos e de Aurélio Buarque de Holanda, o pai do famoso dicionário, o estado foi ainda palco das lutas de Zumbi, Dandara e dos quilombolas de Palmares. O passado é paisagem que se mantém viva entre as belezas naturais da região.

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As praias de Cruz das Almas, Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara oferecem um cenário que encanta em plena capital, Maceió. Os carros param para deixar passar os pedestres que circulam no calçadão e as pessoas caminham sorrindo, em agradecimento ao espetáculo da vista. O vento nunca falta e não incomoda, um ?ar-condicionado? natural muito agradável.

Exatamente por isso, alguns dos programas mais interessantes são caminhar pela orla, sentir a brisa que vem do mar, sentar numa das barracas, pedir uma água de coco e saborear um prato de frutos do mar ou uma tapioca. Quiosques e restaurantes oferecem comidas variadas.

Vale a pena também uma visita à feirinha de artesanato de Pajuçara, ótimo lugar para comprar lembranças. Um passeio de jangada a vela ? conhecida como latina e que chegou ao Brasil com os portugueses ? é outro programa imperdível na orla de Pajuçara. Em dez minutos, se chega às piscinas naturais em frente à praia, onde se pode relaxar na água, tomar um drinque e comer peixes e frutos do mar feitos na hora. Dica: algumas barracas permitem que o cliente compre peixe fresco ao lado e leve para cozinhar ? caso da barraca da Betânia, há mais de 20 anos ali.

Outra visita interessante é ao bairro das rendeiras, no Pontal da Barra, às margens da Lagoa de Mundaú. Esta tradição bicentenária forma uns dos principais redutos de artesãos do estado. Conta com cerca de 200 lojas, nas próprias casas, onde é possível encontrar peças do tradicional ?filé?, renda tecida com uma técnica especial tradicionalmente alagoana. Famílias inteiras sentam-se no chão: mães, avós e filhas, com seus bebês dormindo na sombra, todas tecendo, numa mesma conversa animada.

No bairro de Riacho Doce, famoso point da juventude dos anos 1970, há mais de 25 casas de farinha, produzindo comidas típicas indígenas, como pé de moleque, beiju de tapioca e bolos à base de coco e farinha de mandioca, uma arte centenária típica deste bairro. Junto a ele está a Praia da Sereia, cartão-postal da região, onde o monumento de uma sereia branca encravada em um recife próximo à costa se ergue sobre as águas.

Noites em quiosques e cafés

Famosa pelo sol e suas belas praias, Maceió tem programação o dia inteiro. E à noite também. Além de muitos bares, o fim de tarde é animado nos quiosques da orla. Em Ponta Verde, Lopana e Kanoa são alguns dos mais conhecidos. Jatiúca, polo gastronômico da capital, concentra as melhores baladas: a antiga Avenida Amélia Rosa é conhecida por sua vida noturna, com bares como Armazém Guimarães e o Boteco Praia.

Para quem gosta de música, há o famoso Café de la Musique, beach club que chega a Maceió na Reserva Pratagy, à beira do Rio Meirim, que forma uma pequena lagoa entre a terra e o mar. A arquitetura do lugar, que fica a cerca de 15 minutos do Centro, é sustentável, com materiais reciclados e reutilizados, como tubos de aço originários de perfurações petrolíferas, bambus e madeiras de reflorestamento e telhas térmicas feitas à base de rejeito de cana de açúcar. A programação combina atrações nacionais e internacionais.

A orla e seu ?ar-condicionado? natural

As praias de Cruz das Almas, Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara oferecem um cenário que encanta em plena capital. Os carros param para deixar passar os pedestres que circulam no calçadão e as pessoas caminham sorrindo, em agradecimento ao espetáculo da vista. O vento nunca falta e não incomoda, um ?ar-condicionado? natural muito agradável.

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Exatamente por isso, alguns dos programas mais interessantes são caminhar na orla, sentir a brisa que vem do mar, sentar numa das barracas pedir uma água de coco e saborear um prato de frutos do mar ou uma tapioca. Quiosques e restaurantes oferecem comidas variadas.

Vale a pena também uma visita à feirinha de artesanato de Pajuçara, ótimo lugar para comprar lembranças. Um passeio de jangada a vela é outro programa imperdível na orla de Pajuçara. Em dez minutos se chega às piscinas naturais em frente à praia, onde se pode relaxar na água, tomar um drinque e comer peixes e frutos do mar feitos na hora. Dica: algumas barracas improvisadas permitem que o cliente compre peixe fresco ao lado e leve para cozinhar ali ? caso da barraca da Betânia, há mais de vinte anos na Pajuçara. A jangada a vela (conhecida como latina) veio para o Brasil com os portugueses nos dois primeiros séculos da colonização. Navegar numa delas é uma emoção.

Outra visita interessante é o bairro das rendeiras, no Pontal da Barra, às margens da lagoa de Mundaú. Esta tradição bicentenária forma uns dos principais redutos de artesãos do estado. Conta com cerca de 200 lojas, ambientadas nas próprias casas, onde é possível encontrar peças do tradicional ?filé?, renda tecida com uma técnica especial tradicionalmente alagoana.

É muito agradável caminhar nas ruas do bairro, entrar nas lojinhas e conversar com as rendeiras. Famílias inteiras sentam-se no chão: mãe, avó, filhas com seus bebês dormindo na sombra, todas tecendo, numa mesma conversa animada.

No bairro de Riacho Doce, famoso point da juventude dos anos 1970, há mais de 25 casas de farinha, produzindo comidas típicas indígenas, como pé de moleque, beiju de tapioca e bolos à base de coco e farinha de mandioca, uma arte centenária típica deste bairro. Junto ao bairro está a praia da Sereia, cartão-postal da região, onde o monumento de uma Sereia branca encravada em um recife próximo à costa se ergue sobre as águas.

Noites em quiosques e café

Famosa pelo sol e suas belas praias, tem programação o dia inteiro. Quando a noite chega, também. Além de muitos bares, o fim de tarde pode começar nos animados quiosques da orla. Em Ponta Verde, Lopana e Kanoa são alguns dos mais conhecidos. Jatiúca, considerado polo gastronômico da capital, concentra as melhores baladas: a antiga Avenida Amélia Rosa é conhecida como o point da vida noturna, com bares como Armazém Guimarães e o Boteco Praia.

Para quem gosta de boa música, está o famoso Café de la Musique, beach club que chega a Maceió na Reserva Pratagy, lugar incrível à beira do Rio Meirim que forma uma pequena lagoa entre a terra e o mar.

A arquitetura do lugar, que fica a cerca de 15minutos do centro de Maceió, é sustentável, feita com materiais reutilizados e reciclados como tubos de aço originários de perfurações petrolíferas, bambus e madeiras de reflorestamento e telhas térmicas confeccionadas à base de rejeito de cana de açúcar. A programação combina atrações nacionais e internacionais.

Os milagres de São Miguel e peixes-bois

Distante 93km de Maceió, São Miguel dos Milagres até hoje mantém um aspecto de exclusividade. Conta-se que um pescador muito doente encontrou um pedaço de madeira na praia. Limpando-o, reconheceu ser a imagem de São Miguel Arcanjo. O pescador tinha uma ferida na perna que se curou, quando ele acabou de limpar a imagem. Começaram a chegar pessoas clamando outros milagres, e assim a cidade passou a se chamar de São Miguel dos Milagres.

A dica é sair bem cedo de Maceió para aproveitar a viagem e chegar à cidade com a maré baixa, ideal para o passeio de jangada, que pode ser contratado na associação dos pescadores na praia.

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As embarcações ficam bem perto da areia, e o passeio completo dura de duas a três horas. A comunidade de pescadores atende com carinho, o que deixa o passeio ainda mais interessante. Importante: leve a máscara de mergulho com snorkel para aproveitar a visão na água. Para ficar mais seguro, sapatilhas náuticas também são úteis. As piscinas são lindas, com muitos peixes e variedade de corais, e a água é transparente e bem morna.

Depois do passeio em São Miguel dos Milagres, é quase obrigatória a visita à Associação Peixe-Boi em Porto de Pedras e a seu santuário de preservação, no Rio Tatuamunha. Os peixes-boi foram dizimados pelos padres jesuítas, com a chegada das caravelas, porque sua gordura servia para fazer óleo e candeeiros para iluminar as casas. É o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil, restando apenas cerca de 500 exemplares. Há cinco anos a associação trabalha a educação ambiental e atende a turistas de todo o Brasil e do exterior.

São permitidos no máximo 70 visitantes por dia, em jangadas com capacidade para até sete turistas. Os passeios duram em média uma hora, começam às 9h30m e todos devem sair do rio até as 16h. Não é permitido mergulhar perto dos peixes, mas pode-se tomar um banho relaxante nas águas do rio, longe deles, e passear nos manguezais.

Outro passeio muito interessante, pela estrada litorânea, fica rumo ao litoral sul de Maceió. A 33km da capital, depois da Barra de São Miguel, está a Praia do Gunga, cercada por um imenso coqueiral. É possível curtir a praia, no encontro do mar com a Lagoa do Roteiro, ou fazer um passeio de barco até os grandes bancos de areias que se formam na foz.

Do dourado ao terracota

A praia continua do outro lado, mais vazia, até encontrar as impressionantes Falésias do Gunga, formações rochosas coloridas com uma variedade de cores que vai do dourado a tonalidades de cinza, marrom, terracota e vermelho. Vale muito a pena alugar um buggy com motorista, ou mesmo moto ou quadriciclo. As areias coloridas das falésias são usadas como matéria-prima para a fabricação das garrafinhas com desenhos coloridos.

Mais adiante, a 75km de Maceió e a 35 km da Barra de São Miguel, estão as Dunas de Marapé, que ficam em Jequiá da Praia, complexo ecológico onde só se chega de barco, atravessando o Rio Jequiá. A praia é extensa, com areia fofa, recifes e muito verde, quase sempre deserta, mas há estrutura perto do rio com cadeiras de praia e restaurante. Uma das atrações é o encontro do mar com o rio, de águas transparentes, ideal para o banho. É possível ainda alugar no local uma canoa para uma ou duas pessoas e praticar stand-up paddle, por R$ 30 a hora ou R$ 90 o dia.

SERVIÇO

Onde comer

Café de la Musique. Rodovia AL -101 Norte Km 10, Pratagy. cafedelamusique maceio.com.br

Casa de Mainha. Rua Eng. Demócrito Sarmento Barroca 80, Pajuçara. restauranteca sademainha.com

Kanoa Beach Bar. Travessa Doutor Antônio Gouveia 25, Ponta Verde. Telefone: (82) 99612-4831.

Lopana. Avenida Silvio Carlos Viana 27. lopana.com.br

Picuí. Av. da Paz 1.140, Jaraguá. Tel: (82) 3223-8080.

Onde ficar

Pratagy Beach Resort. Diárias de casal a partir de R$ 672, com necessidade de reserva mínima de três noites. pratagy.com.br/o-resort

Pousada Casa Caiada. Diárias a partir de R$ 418, para um mínimo de duas noites. Outras informações no site casacaiadapousada.com.br

Passeios

Associação Peixe-Boi. Passeio a R$ 50 por pessoa. Reservar com antecedência. associacaopeixeboi.com.br

Maurizio Belli viajou a convite de Café de la Musique e Resort Villas Pratagy