Cotidiano

Líderes internacionais condenam novo teste nuclear da Coreia do Norte

PYONGYANG ? O mais recente teste nuclear conduzido pela Coreia do Norte gera alarme na comunidade internacional. Líderes políticos condenaram a ofensiva, confirmada por Pyongyang como seu quinto e maior teste nuclear. Mais cedo, a Coreia do Sul e o Japão já tinham noticiado o episódio, que provocou um tremor na região, no mesmo dia das celebrações do 68º aniversário do regime comunista de 1948.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que quaisquer ações provocativas de Pyongyang terão sérias consequências. O chefe da Casa Branca foi informado a bordo do Air Force One pela sua assessora de segurança nacional, Susan Rice, sobre as atividades sísmicas relatadas próximo ao local de testes nucleares na Coreia do Norte.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, expressaram preocupação com o novo teste nuclear.

Já a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que estava no Laos após uma cúpula de líderes asiáticos, disse que Kim está mostrando um “atrevimento maníaco” ao ignorar completamente os pedido internacionais para abandonar a busca por armamentos nucleares. Ela afirmou que o este nuclear representa uma clara violação às resoluções do Conselho de Segurança da ONU e é um desafio direto à comunidade internacional.

A China, principal aliada norte-coreana, disse ser terminantemente contrária ao teste. O país exortou Pyongyang a parar de adotar quaisquer ações que agravem tensões, prometendo apresentar um protesto à embaixada norte-coreana em Pequim.

O porta-voz do governo do Japão Yoshihide Suga indicou que vai considerar novas sanções unilaterais contra a Coreia do Norte:

? O desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte é uma grave ameaça para a segurança do Japão ? disse Suga, em entrevista coletiva.

A explosão, na comemoração dos 68 anos da fundação da Coreia do Norte, foi mais poderosa que a bomba detonada em Hiroshima, de acordo com estimativas. Sob o comando do ditador Kim Jong Un, de 32 anos, o governo acelerou o desenvolvimento de seu programa nuclear e de mísseis ? apesar de sanções da ONU, que foram endurecidas em março e isolaram ainda mais o país.

A Coreia do Norte, que classifica o Sul e os EUA como seus inimigos principais, disse que seus cientistas e técnicos realizaram um teste de explosão nuclear para julgar o poder de uma ogiva nuclear, de acordo com sua agência oficial de notícias, a KCNA.

O regime disse que o teste provou que a Coreia do Norte é capaz de montar uma ogiva nuclear em um míssil balístico de alcance médio, que testou pela última vez na segunda-feira, quando Obama e outros líderes mundiais estavam reunidos na China para a cúpula do G20. Nunca foi possível verificar de maneira independente as afirmações de Pyongyang sobre sua capacidade de miniaturizar uma ogiva nuclear.

Seus testes contínuos, que desafiam as sanções impostas ao país, representam um desafio para Obama nos últimos meses do seu mandato presidencial. E poderiam influenciar a eleição norte-americana em novembro, além de se tornar uma dor de cabeça a ser herdada pelo seu sucessor.

A Coreia do Norte vem testando tipos diferentes de mísseis em um ritmo inédito neste ano, e a capacidade de montar uma ogiva nuclear em um míssil é especialmente preocupante para seus vizinhos sul-coreanos e japoneses.

Para o professor da Universidade de Tóquio especializado em temas coreanos, Tadashi Kimiya, s meios através dos quais Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão podem pressionar a Coreia do Norte chegaram ao limite

? As sanções já foram impostas em quase tudo que é possível, então a política está em um impasse ? disse Kimiya.

O último teste nuclear aconteceu em 6 de janeiro, e Pyongyang disse que era uma bomba de hidrogênio ? ou bomba H. O caso mais recente fez o país sofrer ainda mais sanções internacionais.

Não ficou claro se Pyongyang notificou Pequim ou Moscou sobre seu plano de teste nuclear. Autoridades de alto escalão de Pyongyang estiveram nas duas capitais nesta semana.