Cotidiano

Líderes e entidades organizadas debatem modelo e impactos do pedágio

Atual modelo de concessão é considerado defasado e oneroso à produção

Foz do Iguaçu – Há quase 20 anos, o Oeste e o Paraná enfrentam os reflexos de uma das mais caras tarifas de pedágio do País sobre produtos dos mais diversos setores produtivos. Os reflexos da concessão e a intenção de alguns de prorrogação dos atuais contratos do Anel de Integração Rodoviário estarão em pauta hoje em Foz do Iguaçu.

Durante todo o dia, representantes de entidades organizadas e líderes dos mais inúmeros setores estarão reunidos no auditório do Hotel Bella Itália para debater o assunto.

O setor agrícola é um dos que enfrentam os maiores impactos do preço das tarifas. A cobrança do pedágio, para viagem entre Foz do Iguaçu e o Porto de Paranaguá, representa R$ 20 no custo de R$ 90 da tonelada do frete rodoviário atualmente cobrado.

O índice chega a 22%, considerado elevado demais. A participação do pedágio é tão salgada que levou o presidente da Cooperativa Lar, Irineo da Costa Rodrigues, a afirmar recentemente que o pedágio é um “sócio indesejado”.

A BR-277, uma das principais artérias rodoviárias do Sul do Brasil, é a principal ligação do Oeste em direção ao litoral e, mesmo com ferrovia, grande parte das commodities e da produção regional segue por modal rodoviário.

Entidades como a Acic de Cascavel e a Caciopar, que representa 46 associações comerciais da região, já se posicionaram contrariamente à intenção de aditivo, que manteria por mais tempo as atuais concessionárias como prestadoras do serviço. A queixa é de que, além de um pedágio caro demais, as obras feitas, principalmente duplicações, estão muito aquém da necessidade.

Defasado

A concessão de mais de dois mil quilômetros de rodovias no Paraná entrou em vigência na segunda metade de 1990. Ele é considerado de primeira geração, muito diferente dos contratos de segunda e terceira já em vigor em várias regiões do País e considerados muito mais racionais e adaptados à realidade e expectativas nacionais.

O coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento, Danilo Vendrusculo, informa que o modelo de contrato em vigor no Paraná está defasado. O que líderes dos mais diferentes setores da região, conectados aos apelos da comunidade, querem é que a base empregada em novos contratos seja a menor tarifa sem reequilíbrio vinculado a uma planilha de obras amarradas a uma taxa de retorno.

“Nos contratos de terceira geração, a TR é empregada apenas no cálculo inicial da licitação”.

Carta ao governador

Do encontro de hoje em Foz do Iguaçu, do qual participarão também parlamentares, a região extrairá documento que será enviado ao governador Beto Richa. Nele, a região reforçará seus consensos sobre o pedágio e, principalmente, pedirá para que audiências sejam realizadas e que a sociedade seja consultada e possa se posicionar sobre o tema.

O coordenador da Câmara de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento, Danilo Vendrusculo, afirma que a região cumpre apenas com o direito e o dever de democraticamente debater e de participar de um assunto que envolve o interesse de todos os paranaenses. Os atuais contratos de pedágio expiram em 2022.

(Com informações de Jean Paterno)