Saúde

Líderes discutem ações para reabrir a Ponte da Fraternidade

Outro encontro deve ocorrer na próxima semana, com cônsules dos três países da região trinacional

Líderes discutem ações para reabrir a Ponte da Fraternidade

Com a Ponte da Amizade aberta há mais de 20 dias, aumenta a pressão pela reabertura da Ponte da Fraternidade, que liga o Brasil à Argentina, também fechada desde março devido à pandemia do novo coronavírus.

Nesta semana, líderes de Porto Iguaçu (ARG), Foz do Iguaçu e Cidade do Leste (PY) definiram uma agenda para debater pautas comuns à fronteira. O objetivo é trocar experiências sobre segurança sanitária e ampliar o diálogo com o poder público sobre protocolos para a reabertura da ponte.

A decisão foi tomada durante videoconferência do Comitê Internacional de Crise de Fronteira. A condução dos trabalhos foi deliberada ao Codetri (Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu), que reúne os três conselhos socioeconômicos com atuação na região, sendo Codespi, em Porto Iguaçu; Codefoz, em Foz do Iguaçu; e Codeleste, em Cidade do Leste.

Na próxima semana, será realizada nova reunião com a participação de autoridades da Prefeitura de Porto Iguaçu, Governo de Missiones e representantes de instituições federais da Argentina, de pastas ligadas a saúde, agricultura, comércio exterior, aduana e migrações. Cônsules dos três países da região trinacional também estão sendo convidados.

Presidente do Codetri, Linda Taiyen explicou que a intenção é buscar soluções conjuntas para problemas que são comuns. “Vamos compartilhar experiências sobre medidas sanitárias e protocolos de segurança a partir do acúmulo que temos com os entendimentos para a reabertura da Ponte da Amizade”, relatou. “Somos uma região trinacional e um só destino, por isso o diálogo com autoridades públicas e privadas dos três países, para trabalharmos juntos”, frisou Linda.

Cenário

O presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental de Porto Iguaçu, Pablo Bauzá, fez breve balanço das implicações econômicas pelo fechamento da fronteira. “O turismo e o comércio estão andando para trás. Não temos intercâmbio com Brasil e Paraguai, a visitação nas Cataratas do Iguaçu é baixa e há poucos voos”, elencou.

“Pretendemos trabalhar em conjunto com as instituições dos três países para um plano consensual de reabertura da ponte”, apontou Pablo. “É possível um planejamento que garanta a segurança para reabrirmos a fronteira, passo a passo, como nos comprova o processo de retomada feito por Foz e Cidade do Leste, com a Ponte da Amizade”, ponderou.

O presidente da Câmara de Comércio de Porto Iguaçu, Joaquin Barreto, também demonstrou aflição com os efeitos negativos da restrição de acesso à ponte entre Argentina e Brasil: “Estamos muito preocupados. Necessitamos que a fronteira seja reaberta antes das festas do fim de ano, senão entraremos em uma situação econômica muito complexa”, analisou.

Para o presidente do Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu), Mario Camargo, o momento é de unir e ouvir. “Vamos ampliar os entendimentos com as autoridades argentinas e colaborar. A abertura da Ponte da Amizade demonstra que é possível retomarmos a circulação nas três cidades-irmãs com segurança”, defendeu.