Cotidiano

Líder do governo minimiza denúncia contra Geddel

andre-mouraBRASÍLIA – Após uma conversa com o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), disse nesta segunda-feira que é “assunto superado” a denúncia de pressão que Geddel teria feito sobre o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para que o Iphan aprovasse uma obra de interesse pessoal do ministro.Para Moura, não há qualquer motivo para que se faça “essa tempestade toda” em relação às denúncias envolvendo um dos principais ministros da cúpula do governo Michel Temer.

Geddel

– Não acreditamos que houve pressão. O ministro Geddel jamais ia tratar um colega ministro sob pressão. Os dois sendo ministros não existe pressão de um sobre o outro – justificou Moura:
– Quando o ministro Calero entendeu de maneira diferente e foi a posição dele que prevaleceu, esse motivo alegado não tem um porque, é estranho, mas entendemos que é assunto superado, temos assuntos muito mais importantes para tratar que são de interesse do país – afirmou.

O líder do governo negou que Geddel tenha pressionado o ex-ministro, como disse o próprio ao deixar o cargo, e minimizou as declarações de Marcelo Calero. Ele afirmou que Geddel e Calero tinham “relação de amizade” e estavam “no mesmo patamar”.

– Não vejo nenhum motivo para se fazer essa tempestade toda que está sendo feita.

Moura negou que um dos mais próximos ministros de Temer tenha agido em causa própria e afirmou que, quando da compra do imóvel, Geddel “não tinha bola de cristal” para saber que viria a ser ministro.

– Não diria que ele usou o cargo, diria que ele tratou do assunto com um colega dele, um assunto do qual ele tinha conhecimento de causa, e o ministro Geddel soube respeitar a decisão. Sabemos perfeitamente que esse não é o estilo do ministro Geddel com ninguém, e temos que acreditar nele – disse.

Apesar das críticas da oposição ao ministro, André Moura negou que possa haver qualquer desgaste para o governo no Congresso por conta do imbróglio envolvendo Geddel e afirmou que os oposicionistas querem se aproveitar de um assunto “muito pequeno”:

– Esse assunto não vai interferir em nada no andamento das matérias aqui na Casa. Lógico que a oposição está cumprindo seu papel, se aproveitando de um assunto que é muito pequeno para fazer disso um cavalo de batalha.

Durante toda a segunda-feira houve uma romaria de líderes da base aliada na Câmara ao Planalto para prestar solidariedade ao ministro Geddel Vieira Lima. Os que estiveram com o ministro relataram que ele está aparentemente tranquilo e focado em dar explicações à imprensa, como pediu o presidente Temer. Em seu gabinete, segundo relatos, há uma “pilha” de documentos que mostram a cronologia da obra, com as autorizações concedidas pelo Iphan da Bahia. O ministro também tem dito a deputados que apenas perguntou a Calero se ele tinha conhecimento do andamento da obra, sem fazer qualquer pressão sobre o ex-ministro. Ele teria falado ainda sobre a cronologia dos fatos envolvendo o empreendimento, e afirmado que “não tinha bola de cristal” para saber que viraria ministro.

– Como eu deveria ter procedido então? – questionou o ministro aos presentes.