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Levy Soares já foi do automobilismo

Levy já foi do automobilismo e foi bastante atuante desde a construção do autódromo

Levy Soares foi diretor técnico do Automóvel Clube de Cascavel, comissário desportivo e técnico e membro do TJD da Federação Paranaense - Foto: Divulgação
Levy Soares foi diretor técnico do Automóvel Clube de Cascavel, comissário desportivo e técnico e membro do TJD da Federação Paranaense - Foto: Divulgação

Pioneiro de Cascavel e juiz classista aposentado, a nova geração o conhece como ex-presidente da Associação Atlética Comercial, o maior clube social do interior do Paraná. O que poucos sabem é que Levy já foi do automobilismo e foi bastante atuante desde a construção do autódromo, quando, na condição de funcionário da Retificadora Beux, integrava a equipe de Zilmar Beux, que colocava a mão no barro para construir o terceiro autódromo do Brasil e o primeiro em uma cidade do interior.

Com a inauguração do autódromo, Levy continuou colaborando com o Automóvel de Cascavel, ocupando o cargo de diretor técnico por várias gestões. Mas foi nas gestões de Orlando Chemin e Ildo Rebelatto, na década de 1980, que teve maior atuação, trabalhando também como comissário técnico e comissário desportivo nas provas do Paranaense e de Brasileiros realizadas em Cascavel.

Levy foi, ao lado de Alberto Rodrigues Pompeu, comissário técnico da Copa Brasil de Caminhões, a primeira corrida dos “Bruttus” realizada no Brasil no dia 6 de setembro de 1987 no autódromo de Cascavel. Foi nessa prova que faleceu o cascavelense Jefferson Ribeiro da Fonseca, ao capotar seu caminhão no Curvão.

Nas provas da Copa Shell, a maior competição de Marcas dos anos 80, Levy atuou como comissário desportivo, ao lado de Carlos Montagner, que mais tarde viria a ser o diretor de prova do GP Brasil de Fórmula 1 e hoje é o presidente do Conselho Técnico Desportivo Nacional, órgão da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

Em 1987, Levy passou a ser membro do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva), da Federação Paranaense de Automobilismo, na gestão do curitibano Roberto Xavier Borba.

Levy se afastou do Automóvel Clube de Cascavel e do automobilismo em 1988, quanto teve um desentendimento com Luiz Carlos Paiva, que era o secretário do clube. Ele explica que autorizou a construção de umas churrasqueiras, com mesas e bancos de concretos, embaixo das árvores na entrada dos boxes antigos do autódromo e o Paiva passou a questionar sua autorização, alegando que era assunto para um debate em diretoria. “Fiquei bravo, paguei todas as despesas [CR$ 310 mil] e me retirei do clube. Já vinha tendo desentendimentos com o Paiva por não concordar com as intromissões dele na diretoria, uma vez que ele era funcionário e queria mandar mais do que os diretores”, acrescenta.

Levy diz que o tempo que passou no automobilismo foi muito rico e que formou muitas amizades. “Tenho muito orgulho de dizer que éramos os soldados do Zilmar Beux na construção do autódromo. Depois, os carros que iriam passar por vistoria técnicas ficaram na minha empresa, a Mecânica Tapajós, que montei quando saí da Beux. Depois que vendi a Tapajós, montei a Vidrocap e novamente era o ponto das vistorias. Quando montei o Escapamento Monza já estava fora do Automóvel Clube. Formávamos um grupo que trabalhava por idealismo. Tenho muitos documentos históricos do tempo em que militei no automobilismo, inclusive todas as notas fiscais das mesas que paguei”, diz Levy.

Museu

Levy é mais um que acha que Cascavel precisa valorizar mais o autódromo e, agora que é público, dirigentes e o prefeito deveriam trabalhar para construir um museu porque há muita história que precisa ser preservada, de pilotos, de dirigentes e de muitas pessoas da cidade. “Quem sabe esse sonho não se torna realidade daqui a alguns anos”, finaliza Levy.