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Levir se irrita com pergunta sobre arbitragem após vitória do Flu

SÃO PAULO – O técnico do Fluminense, Levir Culpi, se irritou com uma pergunta de um repórter sobre as reclamações contra a arbitragem feitas pelo clube tricolor na quarta-feira passada, após a derrota para o Corinthians na Copa do Brasil. Na ocasião, os tricolores se queixaram da não marcação de dois pênaltis pelo árbitro Rodolpho Marques. E chegaram a protestar também contra a escalação de Anderson Daronco para apitar a partida deste domingo, contra o mesmo adversário, no mesmo Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. O gol da vitória do Fluminense por 1 a 0, no fim do jogo, nasceu de um lance em que o zagueiro Gum, que participou da jogada, estava em impedimento, não marcado pela arbitragem.

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– Tirando essa parte da arbitragem, é importante destacar para o torcedor a importância desse jogo para os jogadores. A atuação do Fluminense foi boa, conseguir essa vitória na casa deles é muito bom. É o jogo para torcedor, que une o time e dá aquela esperança – destacou o treinador.

Fluminense em 25 de setembro

Ao ser indagado por um repórter se as reclamações contra a arbitragem na quarta-feira tinha sido exageradas, Levir se exasperou:

– Não. Eu achei que você está completamente enganado (dirigindo-se ao repórter). E, pelo que percebi, você não gosta do Fluminense. Eu notei em você uma ira desde a semana passada – acusou.

O técnico prosseguiu, irritado:

– Você não vai ouvir o que você quer ouvir, vai ouvir o que eu quero falar. Essa vitória é significativa pra nós, e o primeiro prejudicado de hoje fomos nós, com um pênalti não marcado.

Levir se referia a um lance em que o Fluminense se queixa de falta de Marquinhos Gabriel em Marcos Júnior dentro da área, não marcada por Daronco.

– Eu tive uma conversa com o Simon (Carlos Eugenio, ex-árbitro de Copa do Mundo e hoje comentarista de arbitragem). Ele me disse uma coisa interessante, que às vezes a gente esquece e tem gente que não sabe. Menos de 5% dos árbitros no Brasil sobrevivem da arbitragem. Eles são mal remunerados. A exemplo dos professores no Brasil – destacou, para em seguida perguntar: – Quem aqui gostaria, de verdade, de ser árbitro? Coloque-se no lugar do Daronco hoje. Ser árbitro é muito difícil. Então a CBF tinha que profissionalizar e pagar muito bem, para que a gente pudesse fazer uma cobrança mais profissional em cima deles. Depois dessa conversa eu fiquei pensando, e essa é uma oportunidade que tenho para falar e defender os árbitros. Porque a gente só não gosta deles, mas não sabe a situação que enfrentam – completou o técnico do Fluminense.