Cotidiano

Leilão de transmissão de energia vende 21 lotes e atrai investidores

SÃO PAULO – No primeiro grande leilão de linhas de transmissão no governo do presidente Michel Temer, a maior parte dos 24 lotes ofertados foi arrematada e os ativos voltaram a atrair a atenção dos investidores. De acordo com balanço da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foram vendidos 21 lotes. O investimento previsto é de R$ 11,6 bilhões, 92% do total estimado se todos os lotes fossem vendidos (R$ 12,8 bilhões). Houve deságios de até 28% e disputas acirradas por alguns lotes. O deságio médio ficou em 12,07%.

O leilão prevê a concessão por 30 anos para o serviço público de transmissão de energia. Venceram os concessionários que ofereceram a menor Receita Anual Permitida (RAP).

No total, foram oferecidos 6,8 mil quilômetros, distribuídos em dez estados brasileiros: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Os consórcios vencedores serão responsáveis pela construção, montagem, operação e manutenção das linhas. Os empreendimentos devem entrar em operação entre 2019 e 2021.

A disputa teve a participação de grandes elétricas, como Taesa, Cteep, Alupar e Equatorial Energia, que não atuava no setor de transmissão foi o destaque do leilão, arrematando sete lotes. A Equatorial atua com distribuição no Pará (Celpa) e Maranhão (Cemar), e como geradora (Termoelétrica Geramar). A chinesa State Grid, que tem forte atuação no setor de energia, cadastrou-se, mas não apresentou nenhum lance. A Eletrobras também ficou de fora.

Analistas avaliavam que o leilão teria sucesso, já que o governo fez mudanças nas regras para aumentar a atratividade. Entre elas, aumentou em 13,13% a receita oferecida aos concessionários elevando a RAP máxima dos ativos oferecidos, para R$ 2,6 bilhões. A RAP total do leilão ficou em R$ 2,124 bilhões.

Apenas três lotes ficaram sem propostas dos investidores: o lote 7, Governador Valadares, na cidade de Mutum, em Minas Gerais, com 165 quilômetros de extensão e o lote 19 – Presidente Juscelino – na cidade de Itabira, em Minas Gerais, com 189 quilômetros de extensão. Também encalhou o lote 23, no Pará, nas cidades de Castanhal e Marituba, que somam 124,7 quilômetros.

Esta foi a segunda parte do leilão realizado em abril passado. Na ocasião, foram arrematados 14 lotes, dos quais apenas cinco tiveram competição entre empresas. Dez lotes nem receberam propostas financeiras. A segunda etapa seria realizada em julho e foi adiada para setembro. Após as alterações das regras de financiamento do BNDES, o leilão foi remarcado para esta sexta-feira.