BRASÍLIA – O leilão da próxima rodovia federal corre grande risco de encolher, deixando de lado um de seus maiores trechos, mas que é menos sustentável financeiramente. Na primeira audiência pública realizada na semana passada em Porto Alegre, políticos e usuários criticaram a inclusão no contrato e consequente criação de uma praça de pedágio na rodovia BR-386, parte do conjunto de rodovias que vai ser leiloado, formado por BR-101/290/386/448 em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Técnicos do governo também veem com restrições essa ampliação do tráfego envolvido na concessão atual da Concepa, no que veio a ser o que foi apelidado de ?Concepão?. O trecho da BR-386 é praticamente a metade dos 467,7 quometros que iriam a leilão, conectando a grande Porto Alegre e o interior do país até a região de Passo Fundo.
? Colocaram na concessão muitos novos trechos que não são tão atrativos ? reconhece um técnico federal.
A rodovia deve ser a primeira do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) a ir a leilão.
Uma saída também seria retirar da região da BR-386 praças de pedágio, mas isso poderia encarecer demais a tarifa nos outros trechos da concessão.
Na concessão total, de 30 anos, o governo prevê R$ 7,9 bilhões em investimentos. O leilão é previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano.
Para se certificar de que deve ou não retirar o trecho da concessão, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vai realizar uma nova rodada de audiência pública no dia 7 de março nos arredores de Lajeado (RS), para ouvir a população mais afetada.
A segunda consulta pública já estava programada para ocorrer nesta quinta-feira em Brasília, na sede da ANTT. A nova audiência não prejudicaria a consulta pública, aberta até 17 de março. A decisão final sobre a área total a ser levada a leilão é do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
