Cotidiano

Lava-Jato quer obrigar presidente da WTorre a depor

SÃO PAULO ? A força tarefa da Operação Lava-Jato pediu ao juiz Sérgio Moro que determine ao empresário Walter Torre Júnior, presidente da WTorre, que se apresente na Polícia Federal para prestar depoimento. O empresário foi um dos alvo da última fase da Lava-Jato que investiga fraudes na licitação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Ele tinha um mandado de condução coercitiva contra ela que não foi cumprido já que ele estava fora do país

A WTorre é suspeita de ter recebido R$ 18 milhões de um consórcio concorrente liderado pela OAs para desistir da licitação da obra do Cenpes. Segundo as investigações, Walter Torre Júnior recebeu o presidente da OAS, Léo Pinheiro, que coordenava o consórcio Novo Cenpes, num domingo, a fim de acertar o pagamento.

Através de nota à imprensa, negou as acusações e afirmou que nunca foi feito o pagamento dos R$ 18 milhões. A WTorre, porém, está sendo investigada sob suspeita de fraude à licitação.

A suposta transação foi considerada pela Lava-Jato como a primeira corrupção privada encontrada no esquema de desvios da Petrobras. De acordo com as investigações, o consórcio Novo Cenpes, da qual a OAS e a Carioca Engenharia faziam parte, havia acertado o preço da licitação da reforma do Cenpes com outros concorrentes, numa divisão com o “clube” de empreiteiras. A WTorre, porém, não participou do acordo e apresentou uma proposta R$ 40 milhões mais baixa do que a combinada.

Depois do suposto acerto, a WTorre acabou não comparecendo à reunião com a Petrobras após o pregão, e o Novo Cenpes, que ofereceu um desconto no seu orçamento, acabou levando o contrato ? de R$ 850 milhões.

No dia da operação, a WTorre emitiu nota afirmando que “não teve participação na obra de expansão do Centro de Pesquisas da Petrobras” e que “não recebeu ou pagou a agente público ou privado nenhum valor referente a esta ou a qualquer outra obra pública”. O Grupo diz que “forneceu a documentação referente ao orçamento desta licitação que ainda se encontrava na empresa e segue à disposição das autoridades”.

Os investigadores da Lava-Jato querem ouvir o empresário até o final de julho. Eles pedem ainda a Moro a revogação do mandado de condução coercitiva contra ele.

O GLOBO entrou em contato com a WTorre, mas até o momento não houve retorno.