Cotidiano

Lago Azul: próximo de se tornar um bairro

A tranquilidade é presente dos portões adentro de chácaras na região do Lago Azul em Cascavel. Privilégio das famílias poderem viver em um lugar que transmite a mesma paz do campo, mesmo tão próximo da cidade.

Embora as casas estejam rodeadas de plantas, com bastante sobra e um ar mais puro, a infraestrutura básica que se espera para o dia a dia dos moradores é algo que envolve uma luta de 20 anos.

“O processo para que o Lago Azul seja incluído ao perímetro urbano está tramitando e fomos informado de que até o dia 15 de agosto seguirá para votação na Câmara de Vereadores”, afirma o presidente da Associação de Moradores, Roberto Zorzan, que há dois anos está à frente do cargo.

Somente com essa aprovação, melhorias poderão ser realizadas. “Gosto muito de morar aqui, mas o principal problema é que as ruas não são asfaltadas”, comenta Débora Cristina da Silva. Por enquanto ela precisa enfrentar pedras pelo caminho para seguir com o carrinho do filho quando necessita sair de casa.

O presidente da Associação dos Moradores espera que os vereadores se sensibilizem com o pedido da comunidade e aprovem o projeto que será levado ao Legislativo.

“Muitos ainda têm uma imagem antiga do Lago Azul, mas convidamos todos a nos visitarem e ajudarem no desenvolvimento dessa região”.

Os impasses da regularização impedem que o comércio chegue até o Lago Azul e até mesmo projeto para construção de uma estrada que ligará a BR 269 à Avenida das Torres, reduzindo o fluxo de veículo no Trevo Cataratas.

Água encanada

Sem a denominação de bairro, não há saneamento básico e água encanada por parte da Sanepar. O abastecimento depende de poços nos terrenos e há períodos que os moradores enfrentam dificuldades. “Isso é algo que estamos tentando conquistar. Algumas famílias questionam isso, mas acredito que será o melhor para todos nós”, afirma Zorzan.

Dois salões comunitários

O atual presidente reuniu esforços para melhorar os dois salões comunitários que hoje contam com pintura nova e condições de atender aos moradores.

“Em um deles são realizadas aulas de zumba e no outro há um campo ao lado onde crianças participam de escolinha de futebol”, comenta o presidente.

Os salões podem ser reservados pelas famílias sem nenhum custo, mas o que a associação espera é maior cuidado por parte daqueles que utilizam os espaços.

Impasse

As famílias que vivem no Lago Azul contribuem com a taxa do IPTU, coleta de lixo e iluminação pública assim como todas as demais na cidade.

Com a regularização para perímetro urbano há receio por conta de aumento nos impostos. “O que irá ocorrer são novas demarcações em chácaras, mas ninguém perderá espaço e os impostos serão referentes à valorização dos imóveis”, justifica Zorzan.

USF nota dez

A USF (Unidade de Saúde da Família) atende as necessidades dos pacientes. “É uma unidade de nota dez e somos muito bem atendidos pelo médico”, comenta o presidente da Associação dos Moradores. “A unidade é muito boa e nunca tive problemas para o atendimento”, acrescenta Débora.

A única reivindicação é por um veículo próprio para visita aos pacientes. “Já reivindicamos isso à Secretaria de Saúde e houve maior disponibilidade de carro, mas precisamos ter um próprio para a unidade”, solicita Zorzan. Além dos pacientes do Lago Azul, a unidade recebe moradores da Colônia Barreiros e loteamentos Florais, Belmont e Mantovani.

Investimentos na educação

A construção de Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) e escola também está entre os pedidos dos moradores, já que as crianças enfrentam alguns transtornos para seguir com os estudos.

“Elas precisam sair de casa uma hora antes e voltam só uma hora após o término das aulas. Além disso, o ônibus só vai até o Morumbi e São Cristóvão”, comenta Sandro Valadares que trabalha como vendedor de caldo de cana.

Ele cumpre com todas as responsabilidades como contribuinte e espera que em breve recursos pagos ao poder público tragam retorno ao local onde vive com a família. “Precisamos urgente de melhorias nas estradas. Não aguentamos mais tantas despesas para consertar o carro”, reivindica.