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Katie Ledecky encerra os Jogos confirmando status de rainha do nado livre

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Se fosse possível escolher uma imagem para representar Katie Ledecky nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, talvez ela não seja as quatro vezes que a americana subiu ao pódio para ouvir o hino americano. Ou o sorriso e as feições de quem não demonstrava qualquer cansaço a cada vez que saía da piscina para dar uma entrevista na zona mista. A imagem que resume esse fenômeno de 19 anos e ainda muito tempo para brilhar em pelo menos mais duas Olimpíadas é a da final dos 800m.

NATAÇÃO KATIE LEDECKY 13-07

Katie defendia o título conquistado em Londres. A sua primeira medalha em Olimpíadas. A prova dos 800m é a mais longa da natação feminina. Você precisa fazer oito chegadas na piscina em uma competição que pode ser bastante desgastante. Em geral, as nadadoras vão ficando para trás aos poucos e com 400m ou 500m o espectador já sabe quem são as duas ou três que vão brigar até o fim pelo ouro. Pelo menos era assim até a chegada de Katie.

O que se viu lá pela metade da prova foi a imagem definitiva de Katie no Rio de Janeiro. A americana muito na frente, com meia piscina de vantagem, fazendo uma nova volta enquanto as rivais nem haviam completado os 100m anteriores. A imagem da soberania dela e que ilustra o título de “rainha do nado livre” dado pela sueca Sarah Sjöström, que perdeu o ouro nos 200m livre para a americana.

? Durante a minha prova de 800m há quatro anos, eu pensava: “Uau, estou na Olimpíada! Uau, estou na Olimpíada”. Agora, eu tentei lembrar daquilo e fazer o mesmo. Porque vai levar outros quatro anos antes que eu esteja aqui de novo (competindo numa edição dos Jogos). Eu só quero aproveitar tudo ? disse Katie.

Hoje em dia, quando se trata de nado livre, Katie é a referência. Tanto que ela repetiu um feito que não acontecia desde a Cidade do México, em 1968. Foi campeã dos 200m, 400m e 800m livre. A última a fazer isso foi a americana Debbie Meyer naquele ano.

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Katie se despede do Rio com todos os objetivos alcançados. Agora, terá que buscar novas metas para Tóquio-2020.

? Depois do Mundial de 2013 (quando ela ganhou quatro ouros), eu tinha três objetivos para os Jogos Olímpicos: Nadar 3m56s ou menos nos 400m livre, quebrar a marca de 8m05s nos 800m e ganhar um ouro nos 200m. Eu atingi todos esses objetivos. Hora de buscar novas metas ? afirmou.

Além das medalhas (ela ainda ganhou uma prata no revezamento 4x100m livre), Katie bateu os recordes olímpico e mundial dos 400m livre (3m56s46) e os recordes olímpico e mundial dos 800m livre (8m04s79).

Seus feitos repercutiram no mundo inteiro e levaram Katie a ser elogiada por um dos maiores nomes da natação, o americano Ryan Lochte, dono de 12 medalhas olímpicas (seis de ouro).

? Toda vez que ela cai na água faz algo incrível. Tão jovem e tem tanta determinação. E ela ama o esporte. Quando você vê ela treinar todo dia, estando na água. Tem um sentimento por tudo isso. E ela continuará quebrando recordes ? garantiu o colega.

Com um currículo tão impressionante tão jovem, é natural questionar se Katie dominará a natação feminina pelos próximos ciclos olímpicos como Michael Phelps. Mas ela garante não pensar nisso.

? Eu sempre me forço, tento tirar um pouco mais de mim e ver o que eu posso fazer. Esse tem sido o grande objetivo. Domínio nunca é algo que passa pela mnha cabeça, pois eu estaria baseando meus objetivos em outras pessoas. E eu não acho que isso seja uma coisa sensata a fazer ? encerrou.