Cotidiano

Kassab defende financiamento público de R$ 240 milhões para campanhas

BRASÍLIA – Em meio às discussões sobre novas formas para financiar as campanhas eleitorais após as dificuldades enfrentadas pelos candidatos nestas eleições municipais, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), defendeu uma proposta que daria ao menos mais R$ 240 milhões para os partidos, vindos dos cofres públicos, além do Fundo Partidário.

Em reunião sobre reforma política nesta quarta-feira na Câmara, o ministro sugeriu que seja estudada uma forma de financiamento público durante as eleições em que os partidos teriam acesso a um valor equivalente a quatro vezes o do Fundo Partidário, a cada dois anos, para destinar aos candidatos. Como neste ano o valor do Fundo Partidário chegou a pouco mais de R$ 60 milhões, esta quantia seria de cerca de R$ 240 milhões, de recursos vindos do Orçamento.

Segundo relatos, a proposta foi vista com bons olhos pelos participantes da reunião, já que existe um consenso de que não será possível retomar, neste momento, a discussão sobre a volta do financiamento empresarial.

? Não existe mais espaço para a volta do financiamento privado, a sociedade brasileira não vai aceitar isso. O que o ministro Kassab sugeriu foi que, no ano da eleição, fosse criada uma conta alocando recursos para os partidos enfrentarem as eleições ? afirma o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).

A conta feita por Kassab levou em conta a média de gastos dos candidatos a vereadores, prefeitos e deputados e daria algo em torno de quatro vezes o Fundo Partidário de 2016. Participaram da reunião, além de Kassab, o ministro do Desenvolvimento, Marcos Pereira (PRB) ? que disse simpatizar com a ideia ?, os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, além de outros líderes partidários.

Para Rodrigo Maia, é preciso saber exatamente qual será o modelo proposto por Kassab para, somente depois, avançar na ideia. Maia também defende que seja analisada a proposta de criação da lista fechada, em que os partidos indicariam os candidatos que participam das disputas eleitorais. Para o presidente da Câmara, este modelo pode diminuir os custos das campanhas e fortalecer as legendas.