Cotidiano

Justiça revoga decisão que suspendia conselheiros da CSN na Usiminas

SÃO PAULO – A Justiça de Minas Gerais revogou nesta segunda-feira decisão da semana passada que tinha suspendido a eleição de conselheiros indicados pela CSN para o Conselho de Administração da Usiminas. Segundo decisão da juíza Patrícia Santos Firmo, a eleição dos conselheiros Ricardo Antônio Weiss e Gesner José Oliveira Filho está mantida, bem como dos membros ao conselho fiscal da Usiminas também indicados pela rival.

O processo pedindo a suspensão dos conselheiros indicados pela CSN havia sido aberto pela Nippon Steel, que divide o controle da Usiminas com o grupo Techint.

Na decisão desta segunda-feira obtida pela Reuters, a juíza afirmou que foi “levada a erro” na semana passada quando suspendeu a eleição dos conselheiros da CSN na Usiminas com base em e-mail apresentado pela Nippon Steel que traria indícios de que os indicados não seriam independentes ou autônomos.

“Após ter ciência da juntada completa da documentação envolvendo o Sr. Gesner, conclui-se, como já dito, pela inexistência de embasamento a apontar afronta aos princípios da independência e autonomia do requerido Gesner e demais membros eleitos em relação à CSN”, afirmou a juíza nesta segunda-feira.

A juíza acrescentou que há “ausência de comprovação de que a Usiminas terá qualquer prejuízo com a participação dos Conselheiros de Administração eleitos pela CSN”. A decisão permite recurso.

Procurada, a Nippon Steel não comentou o assunto de imediato. A CSN não se manifestou.

O advogado da CSN, Ernesto Tzirulnik, afirmou que a companhia vai abrir um processo criminal contra os controladores da Usiminas e que a empresa contratou o criminalista Alberto Toron para cuidar do caso.

“Eles (Nippon Steel e Techint) promoveram uma roleta de liminares contra a eleição dos conselheiros (…) A CSN quer ir a fundo sobre o que aconteceu e o contexto de onde partiu a decisão de argumentar com o email”, disse Tzirulnik.

Os indicados pela CSN foram eleitos em assembleia de acionistas da Usiminas após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizar no fim de abril, em decisão dividida, que a CSN poderia indicar representantes para órgão colegiado da rival, revertendo decisão tomada anos antes.

As ações da Usiminas fecharam em queda de 0,5% nesta sessão, enquanto as da CSN recuaram cerca de 1%.