BRASÍLIA – A Justiça extinguiu a ação penal contra o banqueiro Joseph Safra, acionista do Banco Safra, no âmbito da Operação Zelotes da Polícia Federal. A terceira turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região do Distrito Federal aceitou o pedido da defesa para que o banqueiro fosse retirado do processo por não ter sido investigado na operação que apura a venda de sentenças em julgamentos no Conselho Administrativo e de Recursos Fiscais (Carf).
Segundo a assessoria do Safra, o processo parou na terceira turma porque o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira negou o pedido de absolvição feito pelos advogados de Safra. A defesa recorreu à turma que impediu o prosseguimento da ação penal por dois votos a um.
? Foi apresentada a denúncia, mas não tinha de aceitar a denuncia contra o senhor Safra. O procurador fez algumas ilações, mas ele nem foi investigado ? afirmou Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay).
SAFRA NA ZELOTES
Relatório da Operação Zelotes da Polícia Federal contém a gravação de uma conversa telefônica entre dois conselheiros que negociaram nada menos que R$ 28 milhões em propina para livrar a instituição financeira de multas que poderiam chegar a R$ 1,5 bilhão. No diálogo, os conselheiros do Carf Jorge Victor Rodrigues e Jefferson Ribeiro Salazar conversam sobre as negociações com o conselheiro do Safra João Inácio Puga.
Segundo a PF, Puga se reuniu com o Jorge Victor Rodrigues. Ao sair do encontro, o conselheiro do Carf liga para o colega Salazar para contar o que foi discutido. E relata o que disse para o representante do Safra.
? Embora o cenário não seja dos melhores, pode piorar. Tem eleição aí , a gente não sabe o que… né?! A minha ideia é resolver isso aí rápido. Resolver ainda neste ano. Seria interessante o quanto antes você pudesse tomar essa decisão, você me avisasse para gente já agilizar os procedimentos iniciais pedindo a admissibilidade do recurso ou não ? avalia Jorge Victor Rodrigues.
