Policial

Justiça não sabe quando Alessandro Meneghel será julgado

Julgamento estava previsto para ser realizado na próxima terça-feira, dia 27

Cascavel – Previsto para ser realizado na próxima terça-feira, dia 27, em Curitiba, o julgamento do ruralista Alessandro Menghel ainda não tem data confirmada. A informação foi concedida pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Paraná.

O motivo é o fato de que a defesa do ruralista,, comandada pelo advogado Cláudio Dalledone Junior, pediu o adiamento do julgamento. O argumento é o fato de que o advogado já teria agendado para dois dias depois da data marcada, 29 de outubro, outro julgamento em Belém, no Pará, e isso acabaria prejudicando a defesa.

Mas diferentemente do que foi solicitado pelo advogado, a justiça determinou que o júri popular fosse antecipado, e não adiado. Até ontem, não havia definição de nenhuma data para que ele ocorresse.

Segundo o advogado Luciano Katarinhuk, que cuida do caso como assistente de acusação, a acusação não será feita por ele. “Decidimos que quem vai representar a vítima Alexandre Drummond no Tribunal é um colega nosso, o advogado André Peixoto de Souza, de Curitiba”.

Conforme o advogado, a mudança se faz necessária.

“Como os jurados, juízes e todos os envolvidos no julgamento serão de Curitiba, nada mais certo do que um advogado de lá. Ele conhece a realidade, os costumes, e tem muito mais experiência de atuação na Capital”.

Livre

Depois de cumprir mais de três anos de prisão em regime fechado, enquanto aguarda julgamento, Alessandro Meneghel recebeu o benefício da tornozeleira eletrônica. A defesa do ruralista conseguiu no dia 3 de julho um habeas corpus que concedeu a ele a prisão domiciliar. Meneghel saiu da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) na noite do dia 10 de julho. A alegação da defesa é de que a mãe do ruralista, Maria Cecília Meneghel, está com problemas cardíacos graves, com risco de morte.

O crime

O policial federal Alexandre Drummond Barbosa, de 36 anos, foi assassinado com cerca de 20 tiros de espingarda calibre 12, na madrugada do dia 14 de abril de 2012. O crime aconteceu em frente a uma casa noturna, na Rua Paraná, no centro de Cascavel.

Segundo testemunhas, Alessandro Meneghel e Alexandre teriam discutido dentro da casa noturna. Eles teriam se “esbarrado”, Meneghel saiu, foi até seu carro, e teria ficado esperando o policial que foi morto enquanto fumava, do lado de fora.

O ruralista foi preso cerca de duas horas depois em sua fazenda, pela Polícia Federal. Ele confessou o assassinato e alegou legítima defesa. As armas usadas, a espingarda e uma pistola calibre 380, foram entregues à Polícia. Meneghel tem extensa ficha criminal e duas condenações por porte ilegal de arma de fogo. Pela morte do policial ele responderá por homicídio duplamente qualificado, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão.

(Com informações de Tissiane Merlak)