Cotidiano

Justiça Eleitoral teve dificuldade para distribuir urnas no Rio, diz Gilmar

BRASÍLIA ? O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, disse neste domingo que a Justiça Eleitoral teve dificuldade em distribuir as urnas eletrônicas em locais dominados pelo narcotráfico e pelas milícias no Rio de Janeiro. No entanto, ele garantiu que a situação na capital e no estado está controlada, com a presença da Força Nacional e das Forças Armadas para garantir a segurança nas eleições. Segundo o ministro, o problema no Rio, assim como em todo o país, é a crise de segurança pública, e não a disputa eleitoral. Gilmar considera que a situação piorou muito nos últimos quatro anos.

? Sem dúvida nenhuma, nós tivemos uma deterioração da segurança pública entre 2012 e 2016. Basta ver a situação no Rio de Janeiro, a presença do narcotráfico, das milícias. Temos dificuldades de distribuir urnas em alguns locais. No Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, foi apresentada uma proposta para se distribuir urnas eletrônicas no sábado às 6h. A juíza responsável pela seção eleitoral na Maré disse que isso não seria possível, porque não se entra às 6h na Favela da Maré. Isso é inadmissível em um ambiente de estado de direito ? ressaltou.

O ministro também afirmou que existe um movimento do crime organizado durante as eleições. Isso seria um outro produto da crise na segurança pública.

? Estão usando o pleito eleitoral como uma janela de oportunidade para mostrar algum tipo de reação ao sistema prisional. O quadro de insegurança que se manifesta em relação ao momento eleitoral não traduz necessariamente a violência no campo eleitoral. O que está acontecendo é um agravamento do quadro de insegurança pública ? declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o Rio é o estado com maior contingente para garantir a segurança pública. Foram deslocados para o estado seis mil homens. Desses, 2.574 estão na capital. Outros 2.534 homens estão na região metropolitana.