Cotidiano

Justiça dos EUA decide que menino levado pelo pai volte ao Brasil, diz advogada

62128_10200219039254291_51359137_n.jpgSÃO PAULO – A Justiça americana determinou que o adolescente Gustavo Gaskin, de 13 anos, retorne ao Brasil, segundo a advogada da mãe dele, Camila Ghizellini Carrieri. Ele viajou no fim de junho aos Estados Unidos para visitar o pai e não voltou na data combinada. A mãe dele Cheyenne Menegassi acusou o ex-marido de sequestro internacional.

“A Chey e o Guga tiveram vitória”, escreveu a advogada. A avó materna do menino também comemorou a decisão em uma rede social: “Ganhamos! O Guga está voltando! Obrigada a todos pela torcida”. A família vive em Santa Rosa do Viterbo, no interior paulista.

Em entrevista ao G1, Camila contou que, na audiência, que durou mais de 10 horas, além de Cheyenne e Samuel, o juiz do caso também ouviu o menino, o que teria sido fundamental para esse desfecho.

– O Guga foi ouvido e isso foi uma parte da audiência que parece que durou bastante e foi isso que no final fez dar certo – disse a defensora.

Cheyenne havia denunciado o caso ao Ministério Público Federal e à ACAF (Autoridade Central Brasileira), que cuida da questão de menores exteriores. Brasil e Estados Unidos são signatários da Convenção de Haia, que prevê que a discussão da guarda ocorra no país onde mora o menor, ou seja, no Brasil.

A Autoridade Central americana já havia mandado ao tribunal do Tennesse um ofício com base em um artigo da Convenção solicitando a interrupção do processo de guarda pelo pai.

Em nota, a Secretaria Especial de Direitos Humanos informou que a Coordenação-Geral de Adoção e Subtração Internacional de Crianças e Adolescentes não recebeu informações oficiais sobre os recentes desdobramentos do caso. ?A ACAF segue monitorando e prestando todo auxílio que a incumbe no cumprimento da Convenção da Haia de 1980 sobre os Aspectos Civis da Subtração Internacional de Crianças?, diz o comunicado.

ENTENDA O CASO

Gustavo viajou aos Estados Unidos para passar as férias escolares com o pai nos Estados Unidos. Segundo a advogada, Samuel não cumpre suas obrigações, como pagamento de pensão alimentícia, e não tinha contato com o menino. Mesmo assim, Cheyenne acreditava que era importante que os dois tivessem uma relação e encorajou o filho a visitar o pai.

Ao chegar aos Estados Unidos, o garoto não entrou em contato com a família no Brasil. Depois de 20 dias tentando se comunicar com o filho, Cheyenne descobriu por meio de parentes do ex-companheiro nos Estados Unidos que, há três anos, ele vive em isolamento com a mãe em uma fazenda, e se tornou uma pessoa agressiva.

Alguns dias depois, a professora recebeu uma mensagem do ex-marido dizendo que o menino não queria retornar ao Brasil, vontade que ele nunca teria manifestado. Ela viajou logo em seguida ao país para tentar trazer o menino de volta.

Samuel Gaskin não foi localizado pelo GLOBO para comentar o assunto.