Cotidiano

Justiça do Peru pede prisão preventiva do ex-presidente Alejandro Toledo

LIMA – A Justiça peruana ordenou nesta quinta-feira a prisão preventiva por 18 meses do ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber milionários subornos da construtora Odebrecht para ganhar contratos durante seu governo.

O juiz Richard Concepción Carhuancho dispôs também que se emita uma ordem de captura nacional e internacional de Toledo, acusado de receber pagamentos ilícitos da Odebrecht de cerca de 20 milhões de dólares para realizar a construção da estrada interoceânica que liga o Peru ao Brasil em seu governo em 2005.

Segundo a acusação, existe evidência de que 11 milhões de dólares deste montante foram transferidos para a conta do empresário Josef Maiman, amigo e um sócio do ex-presidente, que os procuradores creem que está envolvido nos pagamentos de subornos da Odebrecht. O dinheiro teria passado por contas bancárias em paraísos fiscais antes de chegar ao ex-presidente, segundo a investigação.

O ex-presidente, que até sábado estava em Paris, tem rejeitado as acusações. O advogado de Tolego, Heriberto Benítez, disse que apelaria da decisão do juiz e que não há garantias para que o ex-dirigente volte ao país.

A Presidência do Conselho de Ministros (PCM) disse em um comunicado que o Ministério do Interior enviará um alerta vermelho a 190 países para que receba a notificação do juiz.

“Se o ex-presidente Toledo não for expulso do país em que se encontra, a Chancelaria e Ministério da Justiça e Direitos Humanos realizarão o processo de extradição”, acrescentou a PCM.

A PCM afirmou também que se nas próximas horas não for conhecido o paradeiro do ex-presidente Toledo, este será incluído em um sistema de recompensas para facilitar sua captura no Peru ou em qualquer país.

“Como governo faremos o necessário para que se cumpra o que determina a justiça”, acrescentou.