Cotidiano

Justiça determina retomada de cirurgias no Hospital Pedro Ernesto

RIO – Após dois dias de paralisação por greve de funcionários, uma liminar determina a retomada do agendamento de cirurgias no Hospital Universitário Pedro Ernesto, nesta quarta-feira. A unidade é ligada à UERJ, que está em greve desde o dia 7 de março. Mesmo com a decisão judicial, o setor de hemodinâmica, também paralisado desde segunda-feira, não deve voltar a funcionar ao menos até o fim desta semana ou da próxima segunda. Esta é a previsão do diretor da unidade, Edmar Alves dos Santos. Para a retomadas das atividades do setor, faltam insumos que ainda serão comprados e devem levar alguns dias até serem entregues pelos fornecedores.

Com o parcelamento dos salários de maio, definido pelo governo do estado, houve um acirramento da greve na Uerj, o que fez com que as cirurgias programadas fossem suspensas nesta terça e segunda, mas a procuradoria-geral da Uerj entrou com ação no Tribunal de Justiça do Rio e obteve limitar garantindo o funcionamento do hospital. Então, a partir de hoje, vamos voltar a operar, dentro do possível — diz Santos.

Segundo o diretor, a Justiça também reestabeleceu a liminar que garantia a transferência de recursos aos hospital. Ainda não há, no entanto, nenhuma sinalização de que o governo pagará que deve à unidade.

— Nosso orçamento é de R$ 7 milhões por mês. Até agora, foram repassados este ano apenas R$ 18 milhões. Mas nem estamos mais cobrando tudo isso. Estamos pedindo ao estado R$ 3 milhões que completariam o orçamento de maio e os R$ 7 milhões referentes a junho — explica Santos.

O diretor calcula que cerca de 40 cirurgias deixaram de ser feitas nestes dois dias de paralisação, incluindo procedimentos para pacientes de câncer. Na hemodinâmica, a paralisação afeta entre 10 e 15 procedimentos semi cirúrgicos por dia, calcula o chefe do setor, Esmeralci Ferreira. Segundo ele, o setor não está parado por greve, mas por falta de insumos como cateteres e material para acessar vasos e artérias.

— Não é um movimento de paralisação por greve, nada disso. Eu não admito esse tipo de atitude. Mas sem material, eu não posso atender. Estamos tentamos marcar os procedimentos em outros hospitais, mas é complicado — diz Ferreira.

O diretor do hospital afirma que com a liminar, os profissionais que cuidam das compras de insumos para a unidade também voltarão a trabalhar e com isso os materiais serão pedidos. Ele alerta, no entanto que demora alguns dias até que os fornecedores façam as entregas.