Cotidiano

Justiça de SP inocentou 14 réus de acidente em metrô

SÃO PAULO. A Justiça de São Paulo inocentou os 14 réus do caso da cratera do Metrô, acidente que deixou sete mortos em 2007 nas obras da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela. A cratera engoliu caminhões, máquinas e pessoas que passavam pela região. Foi a maior tragédia da história do metrô paulistano.

A decisão de inocentar os réus data de maio e foi publicada nesta terça-feira pelo jornal ?Folha de S.Paulo?.

Os réus incluíram funcionários do Metrô, do Consórcio Via Amarela e de empresas que projetaram a obra. O consórcio Via Amarela era formado pelas empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

A juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal, considerou estar provado que os réus não concorreram para a infração penal. ?Ora, os acusados não tinham como prever o acidente, em razão de todas as circunstâncias apuradas. A execução do projeto de obra estava dentro da normalidade, todas as equipes acompanhavam cuidadosamente cada passo da execução e não apontaram qualquer situação que indicasse a possibilidade de um acidente?, justificou a juíza.

A juíza afirmou que ficou provado nas provas que o acidente provavelmente aconteceria mesmo com a instalação dos tirantes. Disse ainda que não houve indício do acidente e que os responsáveis tomavam os cuidados necessários.

Autor da ação, o Ministério Público de São Paulo recorreu da sentença em segunda instância. O recurso deve ser analisado em novembro pelo Tribunal de Justiça.

A denúncia cita que foram detectados problemas no túnel no mês anterior à tragédia e, na véspera, a decisão dos responsáveis pela obra foi por instalar tirantes ? estruturas de reforço. A obra prosseguiu, porém, sem a instalação dessas estruturas.

A promotora Eliane Passarelli, que representou a denúncia, afirmou em 2011 que houve imprudência, imperícia, falha humana e técnica. O processo questionou a qualidade do material usado e a negligência quanto às medidas preventivas e as falhas na análise do solo. Segundo o Ministério Público, a tragédia poderia ter sido evitada se os responsáveis tivessem alertado as autoridades e interrompido a obra em tempo.