Cotidiano

Justiça aceita acordo para que irmãos voltem ao comando da JBS

BRASÍLIA – O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, aceitou o acordo proposto pelos irmãos Joesley e Wesley Batista – donos do grupo JBS – para que voltarem ao comando da empresas da família. Eles e José Carlos Grubisch Filho, presidente da Eldorado Celulose, se comprometeram a deixar em garantia R$ 1,518 bilhão por possíveis danos ao patrimônio público. Eles são investigados na Operação Greenfield, que apura fraude em pelo menos oito fundos de investimentos.

Antes de ser deflagrada a operação, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão preventiva dos irmãos Batista e de outros investigados, mas o juiz negou. Determinou medidas cautelares mais brandas como sequestro de bens, não falar com outros investigados, não entrar nas empresas, não atuar no mercado financeiro e nem sair do país.

Os irmãos tentaram reverter a suspensão de atuação nas empresas na Justiça, mas não conseguiram. O juiz apenas permitiu que os dois voltassem a ter contato. Então, firmaram o acordo com o MPF e a Polícia Federal.

Segundo o despacho do juiz, eles têm de comparecer, independentemente de intimação formai ou de prévia comunicação, perante a Procuradoria da República no Distrito Federal e a Polícia Federai no Distrito Federal, para prestar esclarecimentos adicionais sempre quando for solicitado, ainda que informalmente, pelas autoridades responsáveis pela condução da Operação Greenfíeld.

?As novas medidas substitutivas propostas, conforme formulado pelos dirigentes do grupo empresarial, me parece que atendem com satisfação o pressuposto cautelar das medidas antes adotadas, para que se possa, em caso de eventual condenação dos réus, garantir a reparação do dano para fazer face aos prejuízo que se aponta ter havido nos Fundos de Pensão da PETROS e FUNCEF, aproximadamente de quinhentos e cinqüenta milhões aportados no FIP Floresta pelos referidos Fundos?, disse o juiz.

Além de Joesley e Wesley, alvos de medidas restritivas de seqüestro e Indisponibiiidade de bens e às alternativas à prisão, o ex-diretor executivo do J&F que hoje atua na Eldorado Brasil Celulose, que também está na mira dos investigadores.

Os três devem dar garantias líquidas de até três vezes mais do que foi aportado pelos Fundos para que todos os sequestros e indisponibilidade de bens e valores decretados e realizados em relação aos investigados e sejam suspensos e depois revogados.