Economia

Juro do rotativo do cartão de crédito “cai” para 309,9% ao ano

A taxa passou de 310,2% para 309,9% ao ano

Juro do rotativo do cartão de crédito “cai” para 309,9% ao ano

São Paulo – Ante as famílias em dificuldades para fechar as contas durante a pandemia do novo coronavírus, em meio à retração da atividade e ao desemprego, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 0,3 ponto porcentual de agosto para setembro, informou o Banco Central. A taxa passou de 310,2% para 309,9% ao ano. Para se ter uma ideia, a Selic (taxa de juro básico) é de 2% ao ano.

Os dados apresentados nessa segunda pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população, reduzindo a atividade das empresas e elevando o desemprego.

Com a carência de recursos, as famílias aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos. O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro dessa rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 270,3% para 268,6% ao ano de agosto para setembro. Nesse caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Parece muito? Fica pior! A taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 335,2% para 336,8% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 137,8% para 142,1% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 65,1% para 62,3%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.

Tramita no Congresso uma PEC que limite os juros do cartão de crédito e impede taxas acima de 30% ao ano, ou seja, menos de 10% do percentual aplicado hoje. Autor da medida, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) voltou a cobrar o engavetamento da proposta. Em agosto, ela chegou a entrar na pauta, mas não foi a votação.