Cotidiano

Junkert aponta caminhos para o ?Brasil do futuro?

Falando sobre Os desafios políticos do Brasil atual, ele pontuou acontecimentos e decisões que conduziram o Brasil por um mar de oscilações

Cascavel – Para entender o presente e planejar o futuro é imprescindível conhecer e aprender com o passado. Essa é a síntese da palestra ministrada pelo advogado e cientista político Frederico Junkert para empresários da Acic, quinta à noite. Falando sobre Os desafios políticos do Brasil atual, ele pontuou acontecimentos e decisões que conduziram o Brasil por um mar de oscilações e os motivos que levaram à instalação da mais profunda crise econômica, ética e moral da história do País.

O sucesso do futuro do Brasil depende de ambiente de competição, poupança doméstica robusta, educação de qualidade, boa infraestrutura, gasto público eficiente, redução do tamanho do Estado e combate do esquema de poder da esquerda ideológica. Nesse ponto, ele fez um apêndice: sindicatos, universidades públicas e setores da arte e da imprensa são responsáveis por manter vivos princípios de um ideário falido.

Junkert fez uma recuperação história e econômica do Brasil. Na década de 1980, os trabalhadores sul-coreano e brasileiro tinham o mesmo padrão de renda, de 25% em comparação ao salário de um norte-americano. Hoje, o operário da Coreia do Sul recebe 75% o brasileiro apenas 18% do que ganha o trabalhar em atividade similar nos Estados Unidos. Para entender por que isso aconteceu, segundo ele, é preciso percorrer a história e alguns dos mais decisivos acontecimentos na esfera política.

A viagem parte de dois pontos, que estão umbilicalmente ligados: 1922 com a criação do Partido Socialista Brasileiro, e 1964, ano do golpe que derrubou João Goulart da presidência. A origem foi na Rússia de 1917, quando líderes comunistas tomaram o poder à força e instalaram um regime que ceifou a vida de cinco milhões de pessoas. Pensadores criaram então a hegemonia cultural, de olho na chegada da esquerda ao poder sem violência.

Um País à beira da insolvência

Frederico Junkert relatou que de 1991 a 2014 a renda do brasileiro cresceu 103%, enquanto os impostos subiram 184%. A despesa pública cresce 0,3% do PIB ao ano, significando que sem reformas o País caminha à insolvência. “A carga tributária era de 25% em 1993 e hoje está perto de 40% e mesmo assim não há dinheiro para setores essenciais”.

A defesa do ideário socialista não melhorou em nada o País, ressaltou o cientista político. No Brasil, o número de pobres e de miseráveis chega perto dos 70%, enquanto que nos Estados Unidos, cuja Constituição tem apenas sete artigos (contra 250 da brasileira), a economia e a política seguem princípios liberais e 71% da população são de classe média.

O Brasil vive a lógica do capitalismo de laços, no qual certas pessoas garantem a propina em troca de contratos públicos milionários, sustentou. Um estudo recente, segundo Junkert, mostra que se o governo brasileiro cortasse 50% dos empréstimos do BNDES, a taxa de juros recuaria em 30%. E é esse banco que o PT, em seus 13 anos de poder, usou para liberar de forma suspeita US$ 7 bilhões a obras como hidrelétricas, metrôs, aeroportos, rodovias e portos em países com a mesma orientação política, como Cuba, Equador, Bolívia, Venezuela, Angola e outros.

As estatais são, segundo ele, sementes de grande parte da corrupção no Brasil. “Isso explica porque, principalmente nos últimos anos, a defesa dessas empresas, praticamente todas quebradas hoje, foi tão voraz”.

O PAPEL DO PT

O surgimento, o crescimento e a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder deu um ingrediente especial a toda essa questão histórica, pontuou Frederico Junkert em sua palestra aos empresários. O PT foi criado em 1980 e até 1989 a fase foi a da estruturação, com foco na revolução russa. Aos poucos, o partido cresceu e empregou um discurso democrático para chegar ao poder e aparelhar o Estado e as instituições a fim de se manter nele o máximo de tempo possível.

Junkert detalhou outro fato importante: a criação do Foro de São Paulo, em 1990, tendo como líderes Lula e Fidel Castro. O lema era: “Recuperaremos na América Latina o que perdemos no Leste Europeu”.

O foco sempre foi fazer dar certo aqui o socialismo que fracassou em todos os lugares onde se tentou implantá-lo, sustentou o cientista político, para quem o programa Mais Médicos foi a forma que os cubanos encontraram para receber do Brasil uma compensação pela perda do dinheiro vindo da extinta União Soviética.

E mesmo que Dilma seja afastada definitivamente da Presidência em agosto, Junkert sustenta que o Brasil levará muito tempo para se ver livre desse regime que, segundo ele, subsistirá principalmente nas universidades públicas e sindicatos.